O capitalismo encontra-se hoje em dia na situação de "vencedor". Há já algum tempo, surgiu uma filosofia no Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos, que fala do "fim da história". Esta filosofia propõe um futuro: um futuro, no qual não há história nem conflitos sociais, em que o Primeiro Mundo encontrou a paz, e o Terceiro Mundo não conta para nada.
O mundo que surge e se faz anunciar é um mundo no qual existe um único senhor e amo e em que é admitido apenas um único sistema. Temos um mundo como um só império, que chega a toda a parte, um império que cobre e engloba o mundo inteiro.
De repente, apercebemo-nos que não existe nenhum refúgio possível. Frente a um único império, não pode existir. O império está em todo o lado. Tem o total controlo do poder, e sabe isso. Em todo o lado, o império faz questão de divulgar que controla o poder. A auto proclamada “sociedade aberta” constitui a primeira sociedade fechada em que não existe nenhum escape ou fuga do seu interior.
Pela primeira vez o Terceiro Mundo encontra-se completamente só. No seu conflito com o Primeiro Mundo dos países capitalistas já não pode contar com o apoio de nenhum outro país. Já não pode recorrer a nenhum Segundo Mundo que, de alguma forma pudesse ser solidário com ele. E o Terceiro Mundo fica isolado, marginalizado, até por alguns dos países antes solidários, mas transformados entretanto numa espécie de Segundo Mundo. E a sensação que fica, é a de que nenhum país consegue prosperar, se não for admitido pelo Primeiro Mundo, no banquete em que todos devoram o Terceiro Mundo.
"Os desabafos que se seguem têm seguramente todas as desvirtudes dos desabafos: para pouco servem e arriscam-se a não encontrar grandes concordâncias. Apesar de tudo, não devem ficar abafados..."
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Mundos aparte
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2 comentários:
Lamentavelmente é essa a pura realidade. E o terceiro mundo (onde nos englobamos, falo de Portugal) não tem qualquer futuro diferente à vista. Temos que nos conformar com essa dura realidade, mas sem deixar de lutar, por muito penoso que seja, por um futuro menos sombrio para o qual os nossos governantes, sintonizados com o "chefe da quadrilha" (toda a gente conhece) nos estão a levar.
Quem dera que nos surgisse, fosse onde e por quem fosse, uma ajuda importante, idêntica à que já tivemos e que infelizmente acabou (estou a referir-me à ex-URSS).
Poiséssa é a nossa desgraça. Como toos os defeitos que queiram assacar-lhe, A União Soviética constituia um "papão" que o capitalismo temia e procurava, a contra-gosto,é certo ir dando algumas benesses aos trabalhadores, para que estes não se sentissem tentados a virarem-se para o lado de lá. Foi após a 2ª guerra mundial que nasce o Estado social na Europa. Mas logo que a URSS desapreceu, o capitalismo inventou que o estado social era incomportável (com a sua ganância de lucro, claro). Na verdade agora estamos sós face a essa ganância. Mais do que nunca é preciso resistir.
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