terça-feira, outubro 31, 2006

A corrupção... e a honestidade

E

mbora muitas sondagens que a comunicação social divulga não sejam de fiar (numerosos exemplos mostram que o seu objectivo não é o de conhecer mas o de influenciar), os dados e as informações que chegam de vários pontos do país coincidem na apreciação de que a imagem do Primeiro-ministro tem tido uma grande modificação, no sentido do seu descrédito. Não é de estranhar. Para além de crescer, com fortes razões, o descontentamento quanto à política levada a cabo pelo governo, vale a pena chamar a atenção para uma ou outra questão relativamente recentes. Socras Em primeiro lugar, a sua declaração (mentira) pública de que finalmente os sindicatos dos professores tinham chegado a acordo com o governo, relativamente ao novo sistema de avaliação, afirmação desmentida imediatamente pela FRENPROF. Sócrates pretendia assim subverter a decisão do sindicato dos professores que tencionaram aderir, juntamente com a função pública, à greve dos dias 9 e 10 de Novembro. Em segundo lugar, a intervenção que fez, há duas semanas, a propósito da corrupção, na Assembleia da República, não pode deixar de ter grande inquietação entre muitos dos que tomaram conhecimento dela. Ele afirmou:


Não podemos, por respeito ao povo português, aceitar que Portugal seja considerado um país de corruptos. Eu digo categoricamente: é falso!


Quando o Sócrates diz isto, ele está a tentar ludibriar o problema, está a tentar enganar as pessoas, e não é honesto.
Nunca ninguém disse que os portugueses são corruptos. O que se diz e é considerado certo pela maioria dos portugueses é que a corrupção entrou em cheio na área do poder. Não há falta de factos e continuam a aparecer cada vez mais casos de corrupção naquela área e na sua concorrida clientela. Uma grande percentagem de portugueses vive abaixo do nível de pobreza, uma outra parte vive com grandes dificuldades. O que eles precisam é de emprego e a sua estabilidade, de salários dignos, de pensões de reforma justas, de receberem os salários quando é devido, da eliminação das “ taxas moderadoras” (e não do seu aumento), de habitação económica e de muitas outras medidas que dêem resposta à sua situação social mais que precária.
Não precisam de um Primeiro-ministro que os defenda de uma calúnia inexistente.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois, os portugueses precisam de se defendenrem de si próprios.

De outra forma, não permitiriam que uma classe profissional - políticos - conduzissem o nosso destino à miséria em que este país se encontra.

Cpts

"Desgovernos"

Anónimo disse...

Sem se considerar ainda, que, não raro, a grande mídia colabora com a desinformação e a manipulação dos acontecimentos, para legitimar ações para as quais a população, caso contrário, mostraria repúdio.
Governos mal-intencionados ou corruptos não costuma agir sozinhos...

Diogo disse...

A corrupção entrou em cheio na área do poder. Sem qualquer dúvida:

Miguel Sousa Tavares no Expresso:

«Em primeiro lugar, grave não é que se diminua o investimento em 3%: grave é que, enquanto se vai cortar em coisas que são importantes para estimular a economia ou defender a justiça social, se mantenha a aposta nos projectos megalómanos e irresponsáveis da Ota e do TGV para Madrid. Por que é que o PSD não faz disso cavalo-de-batalha? Porque, tal como sucede com o PS, nesses ruinosos projectos estão envolvidas as empresas que lhe garantem o grosso dos seus financiamentos, para onde os seus dirigentes esperam retirar-se mais tarde ou que os seus deputados/advogados irão patrocinar, após cessada a sua passagem pela política?»

AJB - martelo disse...

pois... o pessoal quer trabalhar, não quer roubar...