domingo, novembro 20, 2005

E se...

Alguma vez pensaste que farias se a realidade fosse esta?"O Mundo é muito duro quando não é construído a pensar em nós!!"

sexta-feira, novembro 18, 2005

A América esgotou o seu tempo

...por Paul Craig Roberts [*]
Os vencedores da guerra do Iraque: Al-Qaeda, Irão e empreiteiros militaresGeorge W. Bush ficará na história como o presidente que tocava violino enquanto a América perdia o seu estatuto de superpotência. Bush utilizou o embuste e a histeria para arrastar a América para uma guerra que está a provocar nos EUA uma hemorragia económica, militar e diplomática. A guerra está a ser travada com centenas de milhares de milhões de dólares emprestados por países estrangeiros. A guerra está a esgotar as forças armadas de tropas e comissões. A guerra acabou com a proclamação dos EUA à liderança moral e revelou os EUA como uma potência impiedosa e agressiva. Concentrada numa “guerra contra o terrorismo” inventada, a administração Bush desviou para o Iraque o dinheiro dos diques de Nova Orleans, com a consequência de que os EUA têm agora uma factura de reconstrução de mais 100 mil milhões de dólares a acrescentar à factura da guerra. Os EUA têm tanta falta de tropas que os neo-conservadores andam a defender a utilização de mercenários estrangeiros em troca da nacionalidade americana. As tentativas dos EUA para isolar o Irão foram bloqueadas pela Rússia e pela China, potências nucleares que Bush não consegue intimidar. A Guerra do Iraque tem três beneficiários: (1) a al Qaeda, (2) o Irão e (3) as indústrias de guerra americanas e os comparsas de Bush-Cheney que obtêm contratos sem concurso. Todos os outros ficam a perder. A guerra trouxe à al Qaeda recrutas, prestígio e um terreno para treino. A guerra fez com que o Irão se aliasse à maioria xiita do Iraque. A guerra trouxe enormes lucros às indústrias militares e às empresas com contratos de reconstrução, à custa de 20 mil vítimas entre os soldados americanos e dezenas de milhares de vítimas civis iraquianas. O Partido Republicano fica a perder, porque o seu apoio inflexível à guerra está a isolar o partido da opinião pública. O Partido Democrata fica a perder, porque a sua concordância cobarde com uma guerra a que a maioria dos seus membros se opunha está a tornar o partido irrelevante. As últimas sondagens mostram que a maioria dos americanos acha que os EUA não podem ganhar frente à revolta do Iraque. A maioria defende a retirada e a utilização das despesas de guerra para a reconstrução de Nova Orleans. Apesar da clareza do desejo do público, o Partido Republicano continua a apoiar a guerra impopular. Com excepção dos representantes Cynthia McKinney e John Conyers, os Democratas fugiram do palco da manifestação anti-guerra de 24 de Setembro em Washington, DC. Os cínicos Democratas parece estarem reféns dos mesmos grupos de interesses que dominam os Republicanos e rejeitam o manto de partido maioritário que o eleitorado está a oferecer ao partido que acabar com a guerra. A administração Bush acumula números negativos de mais de 1 milhão de milhões de dólares por ano. O défice orçamental federal está a aproximar-se dos 500 mil milhões de dólares. O défice comercial dos EUA aproxima-se dos 700 mil milhões. O défice orçamental está a ser financiado por estrangeiros, principalmente asiáticos, que detêm neste momento uma dívida dos EUA suficiente para exercerem o seu poder sobre as taxas de juro americanas e sobre o valor do dólar sempre que quiserem utilizar o poder que Bush colocou nas suas mãos. O défice comercial está a ser financiado em troca da entrega de património americano e de futuras fontes de receita a estrangeiros, ficando os americanos mais pobres para sempre por causa da perda acumulada de riqueza. Por enquanto, a China está desejosa de acumular valores americanos como forma de assumir o controlo dos nossos mercados de consumo, atraindo a indústria de manufacturas americanas com mão-de-obra mais barata subsidiada por valores artificiais da divisa, e conquistando a nossa tecnologia. A estratégia da China é sobrevalorizar o dólar americano para encorajar a transferência das capacidades económicas americanas para a China. A estratégia da China confere um valor artificial ao dólar e mantém as taxas de juro americanas artificialmente baixas. Os valores das acções, obrigações e bens imobiliários americanos dependem do apoio que as estratégias económicas asiáticas derem ao dólar e às taxas de juro americanas. Quando a Ásia atingir o seu objectivo de superioridade na manufactura, na inovação e na evolução de produtos, a estratégia vai mudar. Quando a China completar a sua aquisição das capacidades americanas, deixa de existir razão para apoiar o dólar. Quando o dólar for abaixo, os custos, os lucros, as taxas de juro e os padrões de vida serão afectados de forma dramática. Os custos e as taxas de juro vão subir em espiral, e os lucros, os padrões de vida, os valores das acções, os preços das obrigações e os bens imobiliários vão afundar-se. Estes acontecimentos desagradáveis só estão à espera da decisão da Ásia de cortar o seu apoio à situação devedora dos EUA. Isso vai acontecer quando esse apoio deixar de servir os interesses da Ásia. Quando a Ásia tirar o tapete ao dólar, o governo americano vai perceber que a política monetária e fiscal são impotentes para contrabalançar as suas consequências. Comparados com os défices orçamental e comercial dos EUA, os terroristas são uma preocupação menor. O maior perigo que os EUA enfrentam é o dólar perder o seu papel de divisa de reserva. Isto será um acontecimento empobrecedor, de que os EUA nunca mais se recomporão. Um governo inteligente deveras preocupado com a segurança nacional encontraria uma forma de suspender o leilão de mão-de-obra global que está a esvaziar a economia americana de postos de trabalho de alto valor acrescentado e da sua capacidade de manufactura, o que tem levado o défice comercial americano a aumentar explosivamente. A perda da base fiscal que decorre de as empresas americanas contratarem mão-de-obra e localizarem a produção no estrangeiro torna cada vez mais difícil equilibrar um orçamento esticado pela guerra, pelos desastres naturais e pelo impacto demográfico na Segurança Social e Cuidados de Saúde. O leilão de mão-de-obra global está a desmantelar rapidamente as escadas que conduzem a uma mobilidade ascendente e, portanto, a pôr em perigo a estabilidade política americana. Esta ameaça é muito maior do que qualquer Osama bin Laden pode representar. Os Republicanos e os Democratas estão a ficar sem tempo para sair da confusão duma guerra sem sentido e para se concentrarem nas verdadeiras ameaças que põem em perigo os Estados Unidos da América.26/Setembro/2005
[*] Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions. Contacto: paulcraigroberts@yahoo.com. O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/roberts09262005.html. Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .02/Out/05

sexta-feira, outubro 28, 2005

segunda-feira, outubro 24, 2005

País de reformados...

Sempre ouvi dizer que um dos problemas deste país era não dar importância aos seus velhos, que não cuidava deles, que eram excluídos, etc...Agora leiam isto..."País dos Reformados"Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas ou naOceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos reformados.Aí estamos na vanguarda, mas muito na vanguarda. De acordo, aliás, com estes novos tempos, em que a esperança de vida é maior e, portanto, não devem ser postas na prateleira pessoas ainda com tanto a dar à sociedade. Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!Ora veja-se: o nosso Presidente da República é um reformado; o nosso mais "mortinho por ser" candidato a Presidente da República é um reformado; o nosso Ministro das Finanças é um reformado; o nosso anterior Ministro das Finanças já era um reformado; o Ministro das Obras Públicas é um reformado; gestores ilustres e activíssimos como Mira Amaral (lembram-se?...) são reformados; o novoPresidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado; entre os autarcas, garantiu-o o presidente da ANMP, há "centenas, se não milhares" de reformados; o Presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado; e assim por diante...Digam-me lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados, que valoriza os seus quadros independentemente de já estarem a ganhar uma pensãozita, que combate a exclusão e valoriza a experiência dos mais (ou menos...) velhos! Ao menos neste domínio, ninguém faz melhor que nós.Ainda hão-de vir todos copiar este nosso tão generoso"EstadoSocial"...

quinta-feira, setembro 22, 2005

Ignobilidade!!!!

Da bola e outras coisas redondas
SOARES.
A Grande Reportagem publicou esta semana em exclusivo documentos desclassificados sobre os contactos – vamos chamar-lhe assim – de Carlucci no Portugal pós-revolucionário. Soares foi então a aposta dos EUA para, digamos, moderar a revolução. Uma aposta bem sucedida como se sabe. Na prática, um bom investimento. Da Casa Branca e da CIA. Na investigação, fica-se a saber muito do que já se desconfiava sobre o colaboracionismo de Mário Soares com os interesses norte-americanos no nosso país. Só que, desta vez, oficialmente. Com papéis. Percebe-se também que Soares fazia fita quando se indignava com as suspeições de então e garantia não receber um dólar dos EUA. Era verdade: não foi um dólar, foram alguns milhares. Os documentos comprovam que Soares, o nosso Mário, até pediu armas à Casa Branca, mas Kissinger preferiu dar-lhe dinheiro. Ele aceitou, claro. Nos EUA, repousa ainda nos arquivos nacionais, em absoluto secretismo, um ficheiro sobre Soares, ainda inacessível por razões de «segurança nacional». É uma pena. É precisamente por razões de segurança nacional que, por aqui, dava imenso jeito saber o que lá está.CAVACOPor esta altura, sua Excelência não quer falar sobre a mais do que certa candidatura presidencial. Não quer fazer ruído, diz ele. Aplauda-se. Pela primeira vez, o antigo primeiro-ministro admite, ainda que timidamente, que qualquer coisa que lhe saia da boca perturba quem o vê e ouve.CARRILHOTambém por razões de segurança nacional, apetece-me dizer que o candidato do PS à Câmara de Lisboa devia ter, pelo menos, umas aulas de boas maneiras. O não ter cumprimentado Carmona à saída de um debate televisivo é apenas um sinal de que o homem não está bem. O problema nem sequer é a falta de educação, entenda-se. Mas se ele faz aquilo e ainda não é presidente, imagine-se o que não aconteceria se lá chegasse. Ainda prometia uma tareia a alguém.Notícia retirada daqui.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Lei da Água

Lei da Água gravemente danosa prestes a ser aprovada à revelia dos cidadãos A maioria parlamentar prepara-se para aprovar dia 29 de Setembro na Assembleia da República uma Lei da Água que permite ao governo vender a água, os rios, as albufeiras, as praias e os portos de Portugal. A metodologia adoptada pela Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território da Assembleia da República faz tábua rasa das alternativas presentes e substitui por um simulacro a participação pública que nunca ocorreu. Baseia-se exclusivamente na proposta do Governo e resume o processo "público" à solicitação de parecer escrito a algumas entidades (pedido emitido a 22/7 para responder até 10/8) e a uma Audição Parlamentar Pública no dia 14/Setembro — inscrições até 09/Setembro (fax: 21 391 7448, email: Comissao.7a-CPLAOT@ar.parlamento.pt ). Das entidades constantes da lista aprovada, várias não foram contactadas. A divulgação das alternativas, dos pareceres recebidos e da própria audição parlamentar é nula, contrastando com a campanha publicitária de que tem sido alvo a proposta do Governo. A Associação Água Pública apela à participação activa, incluindo na Audição Parlamentar, à reivindicação de um processo aberto e sério, da defesa do direito de todos se pronunciarem e do direito a conhecer as alternativas e as críticas fundamentadas. Apela à defesa firme do acesso à água, às praias, aos rios, às fontes e às infraestruturas, e do direito de utilização da água que esta lei nos espolia. A Associação Água Pública lançou conjuntamente com o STAL um Abaixo-Assinado para suspensão desse processo e apela à sua subscrição urgente em http://www.stal.pt/abaixoassinado.asp?id=2ver Comunicado e Síntese das Propostas.

domingo, setembro 04, 2005

A vida pode ser eterna!

"A admissão da estabilidade de um mundo a que se não podem mostrar os corações, força a lançar rápido e iluminado olhar ao tempo em que se esperou, em que os ora desalentados ainda tinham fé no que hoje não é presente e então parecia vir a ser futuro. Uma derrota profunda e dorida leva muitos a pensar que haverá sempre e só derrotas. Ver morrer os outros vencidos; talvez também morrer vencido. No vasto mundo muitas vezes se apagam vidas, ao procurarem derrubar velhos e endurecidos troncos. E há sempre quem represente o papel de irmão desalentado: «Para quê viver? Coisas que sempre foram e hão-de ser... O homem vive encadeado a leis irresistíveis. Inúteis os sacrifícios dos que procuram modificar os seus ditames». Como se os homens não pudessem construir a sua própria história. Como se as leis da evolução das sociedades não reservassem lugar à vontade humana.Horas de dor, de sofrimento, de tragédia. Horas em que a expectativa da morte baila com insistência ante os olhos.Então o homem sente necessidade de justificar a sua própria existência. Há que dar uma resposta às perguntas: «que andei e que ando por cá a fazer? Que tenho feito pelos outros e pela história?»O homem teme deixar de ser na terra. Um sono sem despertar choca violentamente contra a estrutural vontade de viver. O ser recusa-se a aceitar o próprio desaparecimento. O apagamento total e sem apelo é incompatível com a existência actual.Por isso, aqueles que acreditaram e não crêem fogem, afastam-se, renunciam. Por isso também há homens que projectam a sua existência para além da morte. Uma alma que voe para rumo extra-terreno. Ou um ser que se desintegra para subsistir integrado em novos seres. Qualquer coisa que justifique o caminho percorrido entre o nascimento e a morte. Sonha-se para fora da terra com uma vida que nesta se não tem. Ou sonha-se com o que fica...A morte é elemento essencial da vida. Mas isso não basta para que se aceite sem mágoa. É que a pergunta: «deixarei de ser hoje? amanhã?» - intensifica e aproxima o grande problema de consciência: «O que andei por cá fazendo? Que fica sobre a terra da minha passagem sobre a terra?»Não satisfaz uma vida além-túmulo, mesmo que a imaginação empreste à alma asas imateriais. É esta terra donde brotou o pão que manteve o corpo e a água que matou a sede, esta terra donde tudo (mesmo pouco) nos veio e para onde iremos – e é esta humanidade a que pertencemos, este grande colectivo a que nos liga o sangue, o amor, o ódio e a interdependência – é esta terra e esta humanidade que nos exigem uma explicação.Assim o problema da morte é o problema da vida. Depois que desapareça tudo o que de nós houve! Ou que subsista a alma! Ou que os vermes perpetuem a existência do nosso corpo!Mas a expectativa da morte ou dum futuro de sombras perpétuas (que derrotas intensificam) chama a recordação do passado. Que poderia ter feito para que meu irmão não fosse vencido? Não lhe deixei só a ele uma tarefa que também me pertencia? E ainda... Que foi feito de toda esta energia dispendida em vida e tão sofregamente sugada? Que fica – não do meu corpo ou da minha alma – que fica das minhas acções duma vida inteira?E a perpetuidade da nossa vida, a resistência contra um breve deixar de ser, fixa-se neste ponto vital: a justificação e perpetuidade das próprias acções, do que se fez no caminho percorrido entre o nascimento e a morte.Haverá espectáculo mais doloroso que o do velho que olha atentamente o passado, medindo cada passo, avaliando o efeito de cada gesto, e por fim tem um grito de desalento, remorso e desespero: «uma vida inútil...?» Haverá constatação mais angustiosa que a da própria inutilidade? Não será precisamente essa constatação que as mais das vezes leva ao desejo de não ser? A inutilidade da vida é a afirmação de que nada fica das acções praticadas, de que se gastou o tempo a queimar tempo.E então talvez valha a pena fitar a morte e esperar o para lá. A não ser que se olhe em frente – mesmo que o limite se espeque num amanhã irrefutável – e se marque uma finalidade à vida.Quando a perspectiva da morte ou dum futuro trágico baila ante todos, até os jovens, como os velhos, olham o passado. E, depois, quantas vezes o desinteresse e a renúncia não vêm juntar a uma derrota ou a um momentâneo recuo colectivo, uma irremissível derrota individual....Porém, quando assim se não voga ao sabor da corrente, mas antes se escolhe caminho e se marcha, novamente o futuro sorri, à nossa vida ou à nossa morte. Sorri porque nele se adivinham marcadas as acções que vão ser praticadas. Porque a nossa vitalidade é afinal a direcção do que vem. Porque se ganha confiança na perpetuidade dos nossos actos. Subsiste a alma? O apodrecimento e desintegração é a última étape? Que interessa isso, se ganhámos uma nova eternidade!Enquanto a humanidade for humanidade, as acções que hoje praticamos estarão sempre presentes, resistindo ao tempo e ao esquecimento a que nos votarão os nossos netos. Já os nossos corpos terão perdido a forma humana, já as suas partículas viverão separadas e dispersas e ainda nas sociedades futuras os efeitos dos efeitos das nossas acções evocarão a nossa passada existência. Com esta concepção, sentimo-nos (hoje) obreiros anónimos do futuro. Ao problema da morte, do não ser, responde satisfatoriamente a certeza consoladora deste prolongamento da nossa existência. Se se pudesse falar em eternidade, esta seria a única eternidade da nossa vida, como seres pensantes e voluntariosos.Por isso, quanto mais sorridente é a visão do mundo que fica, quanto mais funda é a consciência de que tudo se fez para deixar aos filhos valiosa herança, menos dura e menos brutal aparece a visão da morte.Não se trata de olhar para trás e perguntar com angústia: «que fiz? que fiz?» Trata-se de olhar em frente e perguntar com confiança e serenidade: «que poderei ainda fazer?» Não é só um exame de consciência que urge fazer: é também um apelo à consciência!Com tal procedimento não se visa conquistar a absolvição dum juiz que após a nossa morte nos venha a ter em frente sentados no banco dos réus. Além da história, ninguém nos pedirá contas. Nem a nós, nem aos nossos espectros. Somos nós que nos devemos interrogar e julgar. Isso nos exige a vontade de viver e de perpetuar a nossa existência. Isso nos exige a gratidão. Isso nos exige a lembrança dos irmãos que morreram ao pretender desenraizar endurecidos troncos. Pode não conhecer-se o triunfo. Mas pode soçobrar-se, sem que no mundo fiquem só trevas. Talvez assim nos venha acalentar a necessidade dum sacrifício heróico. E então, porque não falar em felicidade?Num mundo em que não há risos sem lágrimas, a felicidade nunca pode ser uma situação com caracteres próprios e momentâneos. A felicidade não pode existir, não existe, como situação particular: nem quando dependente de factos estranhos à própria vontade; nem como ideia abstracta. A felicidade só pode existir como um atributo de toda uma vida. Só a satisfação pela vida que se vive poderá tornar feliz. Há então que não subordinar as acções ao alcance dum prazer. Mas antes amoldar a ideia de felicidade à vida que se vive.Quando não nos sentimos meros joguetes da evolução mas, pelo contrário, sentimos que, mesmo ao de leve, as nossas energias modificam o seu ritmo. Quando sabemos ser leais, rectos e solidários. Quando amamos profunda e extensamente e nos sentimos capazes de sacrificadas demonstrações do nosso amor. Somos felizes porque não desejamos outra vida, porque sentimos preenchida a própria função humana. A felicidade só existe assim como condição da consciência da própria utilidade. Não dispersar actividades. Proceder com um critério. Ser coerente em todas as atitudes. Agir com uma só linha de conduta. Ter fé na própria vontade, embora aceitando as suas determinantes. Convicção de impotência e felicidade excluem-se.Assim far-se-á da própria vida uma vida feliz. Feliz nas horas de ascenso e nas horas de derrota. Feliz na alegria e na tristeza. Porque, na felicidade, prazer e dor interpenetram-se. Até o estertor final pode conduzir à felicidade pela convicção de que se morre bem. Não pode haver felicidade sem dor, porque esta é inseparável da vida. Que se sofra! Mas que as vontades saibam amordaçar o sofrimento para triunfar. E para isso, é necessário forjar nos peitos o desinteresse pessoal por prazeres efémeros, a rijeza de aço para lutar, o esclarecimento das exigências dos sentidos. Através da dor e da angústia, corações ao alto!Se a felicidade é dada pela satisfação da linha de conduta, pela satisfação de que se procede bem, nada, nada, nem os gritos da própria carne esfacelada, nem lágrimas de emoção, nem a revolta instante e desesperada, pode destruí-la. Porque, acima dos próprio gritos, das próprias lágrimas, do próprio desespero, fica sempre a certeza duma vida voluntariosa e independente ou – se se preferir a expressão – recta, leal, digna.Então suporta-se a dor e ama-se a vida. Podem as leis da natureza esfrangalhar o corpo. Podem os órgãos começar cansando. E as pernas vergando de fadiga. Amortecendo-se a percepção. O corpo começar em vida o seu desagregamento. Poderá bailar ante os olhos a perspectiva da morte e o fim especar-se num amanhã irremissível.E haverá sempre vontade de continuar, procedendo sempre e sempre duma forma escolhida, marchando sempre para um destino humano e uma missão terrena voluntariosamente traçada. Haverá sempre anseio de continuidade e aperfeiçoamento.Atravessar-se-ão tragédias com lágrimas nos olhos, um sorriso nos lábios e uma fé nos peitos."Excerto de um artigo de Álvaro Cunhal, publicado, em «O Diabo» n.º 233, de 1939, então com 26 anos de idade.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Quando não se olha a meios...


para atingir os fins pretendidos, só nos resta perguntar: _Que raio de país é este?Já lhe chamam a indústria dos incêndios.A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.Vale a pena continuar a ler aqui.Depois de ler este artigo de opinião, com o qual concordo plenamente, interrogo-me até que ponto os nossos governantes se interessam pela vida dos cidadãos e até onde chega a incúria e a corrupção, apenas para atingirem determinados objectivos obscuros, mas acima de tudo, lamento profundamente que poucos sejam os que têm coragem de desmascarar estas situações, gritando bem alto a verdade!

terça-feira, julho 12, 2005

A loucura do TGV...

Depois de ouvir ultimamente o nosso governo afirmar que vai em frente com o TGV, fiquei deveras preocupada!Resolvi postar aqui um artigo que me parece ser bastante elucidativo sobre esta questão, de forma a que aqueles menos esclarecidos acerca da "problemática" do TGV, possam formar a sua opinião e combater aquilo que entendo ser mais uma loucura dos nossos governantes.A ler sem falta a opinião de Carlos Cabrita na Urbi et Orbi.

domingo, julho 03, 2005

Pensamento...

A única coisa necessária para que o Mal triunfe, é que os homens bons nada façam!
Edmund Burke

quinta-feira, junho 30, 2005

A DROGA...essa prisão de difícil fuga!

Aumentou o número de consumidores de droga em todo o mundo. São agora 200 milhões de pessoas, o equivalente a cinco por cento da populção entre os 15 e os 65 anos. Os dados foram hoje divulgados no relatório da ONU sobre drogas e crime.A toxicodependência movimenta uma verba que ronda os 400 mil milhões de euros, muito superior ao produto interno bruto de 90 por cento dos países do mundo.Continua a ler.
* Post recuperado.

domingo, junho 19, 2005

O orgulho que resta à nódoa...

A propósito da manifestação neo-nazi ocorrida ontem em Lisboa, o Rui Tavares do "Barnabé" escreveu um post que refere em poucas palavras como são aberrantes as convicções de alguns meninos que "se dizem portugueses".Vale a pena ler.
* Post recuperado.

sábado, junho 18, 2005

Carta Aberta ao Engº José Sócrates

Santana Castlho (*)Esta é a terceira carta que lhe dirijo.As duas primeiras, motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta num direito que o Senhor ainda não eliminou: o de manifestar publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação. Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu comportamento. Desminta, se puder, o que passo a afirmar:Continua a ler a notícia aqui.
(*) Professor do Ensino Superior
( Post recuperado)

terça-feira, junho 14, 2005

Simples homenagem...

Álvaro,
Nunca ninguém te apanhou desprevenidoA senhora vestida de negro, de quem não tinhas medo, veio de madrugada, mas tenho a certeza que não te apanhou desprevenido. Nunca ninguém te apanhou desprevenido.Foi há uns meses, a última vez que falámos, perguntaste pelo João, e se eu estava a fazer coisas bonitas, como perguntavas sempre. Rimos, já não me lembro de quê. Sempre o teu sentido de humor. Já reparaste que te estou a tratar por tu? Finalmente, consegui. O João está bom. Tenho pena que não o conheças. Mal te visse, ia esticar-te os braços a pedir colo, como faz com todos os que sente serem amigos. Eu ando a tentar fazer coisas bonitas, mas já não te tenho cá para as veres. Vais fazer-nos muita falta. A todos. Sabes, está a ser difícil escrever este texto. Deve ser dos textos mais difíceis que alguma vez escrevi e alguma vez escreverei. Não gosto de lamechices, e tu muito menos.Lembras-te do dia em que nos conhecemos? Eu lembro-me. Foi para aí há uns oito anos. Tremia. Ia falar cara a cara com um homem que vinha nos livros de História. Queria pedir-te ajuda para um trabalho que estava a fazer sobre ti, para a faculdade. Bastaram uns minutos para o nervosismo passar. Sem dar por isso, estava a falar contigo de igual para igual. E a culpa era tua. E, apesar de teres dito que não te parecia bem um trabalho sobre ti, eu levei a minha avante. Só pediste que te mostrasse o resultado final. Mostrei e acho que gostaste. E depois quando, estagiária de jornalismo na "Notícias Magazine", te pedi uma entrevista, tu deste-me um livro "Cinco conversas com Álvaro Cunhal". Nunca consegui voltar a lê-lo, mas agora ao passar os olhos por ele, detive-me na tua última resposta: "Não sou apenas amigo de camaradas do meu partido. Sou-o e sou capaz de sê-lo de pessoas que têm opiniões muito críticas em relação a concepções e posições do PCP e naturalmente às minhas. Tive ao longo da vida, como uma das maiores riquezas, muitos e muitos amigos, a acompanhar-me, a estimularem-me na luta e na vida. Continuo a tê-los. E também, na medida em que vou conhecendo e conhecendo melhor pessoas que não havia conhecido, passo a estimá-las e vejo que posso ganhá-las como amigos e de vir a ser amigo delas. De ti, por exemplo." Obrigada, igualmente, respondi então e respondo agora.
Um beijinho. Até sempre.
* Jornalista da "Notícias Magazine"catarinapires *
(Post recuperado)

E a dança continua...

O Governo PS já fez mais nomeações do que o anterior Executivo.
O Governo socialista de José Sócrates já fez mais de mil nomeações (1.094), só nos primeiros dois meses e meio de mandato, número que ultrapassa as nomeações feitas pelo Executivo de Pedro Santana Lopes, durante o mesmo período.Continue a ler a notícia.
* Post recuperado.

quinta-feira, maio 12, 2005

Escapei da primeira...caí na segunda

Há coisas que são segredos nossos, não temos nada que as apregoar ao vento, mas este meu amigo não pensa assim e resolveu pregar-me esta partida. Vou pensar na vingança porque o último a rir é quem ri melhor.Asssim, e para não ficar mal na "fotografia", resolvi fazer-lhe a vontade e responder à sua curiosidade.Que fazes neste momento?Bem, neste momento respondo a esta pergunta inteligente com uma resposta ainda mais inteligente. Mas o que penso neste momento é: "quando o apanhar torço-lhe o pescoço".Que planos tens para este fim de semana?Bem, como sei que os planos dele são ir para o Algarve, é claro que eu irei para o Norte do país, tá-se mesmo a ver!Que coisas te causam stress neste momento?Pensar o que responder a este teste e que se o blloger resolver ficar de novo em manutenção, antes de responder a todas as perguntas, acho que ao Gajo ninguém o safa!Que fizeste desde o acordar até agora?Como ao contrário de certas pessoas aqui trabalha-se. Daí que também me levantei e tomei um duche rápido (claro que sem o sex-apeal do outro). Peguei no carro e fui para o trabalhinho, desejando que a manhã passasse rápido. A hora do almoço, essa, passou a fugir! Mas a tarde, entre um café e outro, foi bastante agradável! A parte melhor foi às 6 da tarde quando resolvi ir fazer algumas compras, porque o Verão está a chegar e a "euzinha" não tinha nada de geito para vestir. Tirando a pipa de massa que gastei, e com a qual já não posso contar até ao final do mês, tudo correu pelo melhor. O pior foi quando chego a casa e vejo esta "prenda" que me esperava! Agora, a pergunta mais difícil:A quem irás passar este teste fantástico?A minha vontadade era devolvê-la à procedência, mas como a vingança é um prato que se serve frio, não perde pela demora!Assim, terei de "vingar-me" nuns inocentes que não têm culpa de nada:À Dinorah, à Ciranda e à Ana.
* Post recuperado.

segunda-feira, maio 09, 2005

Ler para entender...

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem etãso as lrteas de uma plravaa, praa sreem etnendisda. A úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, no etnatnto qaulqeur pseosa pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso aocntcee poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Iancerdtáievl, vreadde?
* Post recuperado.

sexta-feira, maio 06, 2005

A verdade da notícia...do Emanuel

Já é velho o ditado que diz: "Nem sempre o que parece é". Essa é uma verdade com que nos deparamos todos os dias e a toda a hora. Também a mim, como a muitos de vós certamente, vos comoveu a notícia do adolescente Emanuel, passada recentemente nos jornais diários das nossas televisões.O que eu não sabia e que alguns de vós, porventura também não saberão, era a outra verdade da notícia, aquela verdade de que ninguém fala e de que talvez até não tenham conhecimento. E é assim nos vão enfiando com mais uma história de melodrama, deturpada, como tantas outras, com a intenção de nos fazer esquecer as verdadeiras realidades da nossa sociedade.Foi numa visita, que já se tornou hábito, a um blog de que gosto muito, que deparei com a verdadeira notícia. contada na primeira pessoa.
* Post recuperado.

quinta-feira, abril 28, 2005

Penso que...

Uma pessoa que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião demonstra a pouca qualidade da sua mente.

* Post recuperado.

terça-feira, abril 26, 2005

Triste Realidade...

Hoje, no dia seguinte às comemorações de uma data que assinala o fim de uma ditadura fascista de quase 50 anos no nosso país, fiquei estupefacta ao ler no correio da manhã esta notícia.Depois da perplexidade inicial, vêm os sentimentos de indignação e de revolta. Indignação porque entendo que a estes jovens nunca lhes foi ensinado a respeitar os valores da democracia, da liberdade (a nossa acaba onde começa a dos outros), da igualdade e da justiça. Revolta, porque não sei quem tem a culpa de que muitos eles enveredem por caminhos tão obscuros.Como será o Portugal de amanhã? Aquele onde só existam os nossos netos?
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segunda-feira, abril 25, 2005

25 de Abril


Atravessamos uma grave crise social e económica no nosso país. Somos dos países mais atrasados da Europa, mas continuo a acreditar nos Ideais de Abril. Enquanto viver não vou esquecer, aquele "Quadro Pintado pelo Povo" e que viverá sempre comigo: A imagem de uma Pomba Branca com um Cravo Vermelho no bico, a voar no céu azul!Cravo vermelho, símbolo de liberade, democracia, igualdade e ....esperança num Portugal melhor!
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sexta-feira, abril 22, 2005

Um pai. Uma mãe. Um Filho... Uma escada

A história passa-se numa cidade pequena do interior. Um casal entra apavorado na urgência do Hospital. Marquinhos, o filho, machucado chora assustado. São atendidos imediatamente. Agradecem a Deus pelo pouco movimento. A mãe nervosa acarinha o filho para confortá-lo. O pai, tentando controlar-se, explica: Mudaram-se recentemente e o filho, não acostumado com a casa, acabou caindo da escada.Radiografia tirada. Relaxam. Algumas escoriações. Apenas um susto.Quinze dias depois, o casal volta ao pronto-socorro. O rosto de Marquinhos sangra. A empregada, mesmo tendo recebido ordens para não encerar a escada, acabou por fazê-lo. Marquinhos de pijama e meia de lã escorrega pela escada.Desta vez foi um pouco pior. Ferimentos no rosto, nos braços e nas costas.Pai e mãe, agoniados, retornam ao hospital em menos de uma semana. Marquinhos e o primo brincam no topo da escada. Um movimento brusco. Marquinhos cai.A mãe chora. Precisa benzer a escada. O pai tentando aparentar tranquilidade. Está resolvido a mudar de casa. Marquinhos está desmaiado. No seu corpo as marcas do acidente. Passam a noite no Hospital.Os enfermeiros já se sentem afeiçoados àquele menino de 5 anos, de poucas falas e olhar assustado.Dez dias depois. O telefone da emergência toca. Do outro lado a mãe de Marquinhos chora. Ele descia as escadas com um vaso na mão. Caiu. Estava inerte no chão. Tinha medo de movimentá-lo e piorar o seu estado.A ambulância percorre sirenando as ruas da cidade. Chegam na casa. Os enfermeiros encontram Marquinhos desacordado no chão. Cacos de cerâmica espalhados em volta de sua cabeça.Atónitos, descobrem: Na casa não há escadas!
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quinta-feira, abril 21, 2005

Verdades absolutas

•A verdadeira felicidade está nas pequenas coisas: uma pequena mansão, um pequeno iate, uma pequena fortuna.•A política diferencia-se da máxima: dá o mesmo a esquerda que a direita.•O importante não é vencer. O importante é competir, não perder nem empatar.•A verdade não é importante... O que importa é ter razão!•Ter a consciência limpa é sinónimo de má memória.•Aquele que é capaz de sorrir quando tudo lhe corre mal, é porque já tem pensado a quem deitar a culpa.•Ri-te sózinho e o mundo pensará que és idiota.•Se não podes convencêlos, confúnde-los.•O amor eterno dura três meses. •Todo o tempo passado é anterior.•Aquele que nasce pobre e feio tem grandes possibilidades de quando crescer se encontrar nas duas condições.•Todas as questões têm dois pontos de vista: o equivocado e o nosso•A escravidão não foi abolida, trocou-se por oito horas diárias.•Se a montanha vem a ti... corre: trata-se de um desmoronamento!•Colabora com a policía: luta sózinho!•A psiquiatria/psicologia é o único negócio onde o cliente nunca tem razão.Palavras para quê?
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terça-feira, abril 19, 2005

Sim ao piercing e à tatuagem...

Sabiam que o uso de piercings e tatuagens por parte dos jovens pode ser um comportamento preventivo de atitudes de risco?Caso sintam curiosodade, podem ler essa notícia aqui.

Educação no concelho de Alandroal

Só por mera curiosidade, e uma vez que o saber não ocupa lugar, aqui fica um pequeno excerto da tese da minha licenciatura (digo isto apenas para terem a noção de que não são palavras deitadas ao acaso, mas sim dados científicos resultantes de uma grande investigação)que divulgo, apenas para conhecimento de alguns interessados que por vezes se debruçam sobre estas e outras questões relacionadas, no concelho.
"No concelho de Alandroal, o nível de instrução da população é baixo tal como o documentam os resultados dos Censos de 91 e de 2001, onde encontramos a esmagadora maioria da população inserida em duas categorias, respectivamente, não sabe ler nem escrever e 1.º Ciclo do Ensino Básico. Relativamente à taxa de analfabetismo[1] – com 10 ou mais anos de idade – segundo o INE, no ano de 1991, encontramos no concelho de Alandroal (22,8%), um valor superior ao verificado no Alentejo Central (17,3%) e também superior à taxa existente na Região do Alentejo (19,5%) e em Portugal (11,0%).Curiosamente, embora se verifique um acentuado envelhecimento da população, o grau de instrução aumentou genericamente, de 1991 a 2001.O número de analfabetos no ano de 2001 desceu 36% em relação aos censos anteriores de 1991, chegando aos 18,7%, embora continue com valores superiores aos do Alentejo Central (13,2%), do Alentejo (15,5%) e de Portugal (7,7%).A maior percentagem, 63%, encontra-se no escalão do Ensino Básico, dos quais 42% têm o 1.º Ciclo completo, 11,8%, completou o 2.º Ciclo e apenas 5,3% tem o Ensino Básico completo. De salientar que aumentou o número de indivíduos com curso superior completo em 29%, passando dos 30 indivíduos de 1991 para 42 em 2001, com tendência crescente segundo as estimativas do INE, tendo presente que no último ano em referência 234 indivíduos frequentavam Escolas Superiores."

[1] Relação entre (o número de analfabetos/população total)
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segunda-feira, abril 18, 2005

Pensamento...para pensar!

"De nada serve ao homem queixar-se dos tempos em que vive. A única coisa boa que pode fazer é tentar melhorá-los".
Thomas Carlyle
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Carta de um negro...

Querido amigo branco, um par de coisas que deves ficar a saber:

Quando eu nasci, já era negro.
Quando era criança, era negro.
Quando vou à praia, sou negro.
Quando entro em pânico, sou negro.
Quando estou doente, sou negro.
Inclusivamente depois de morrer, continuarei negro.

Em contrapartida tu, meu querido amigo branco,

Quando nasces, és rosado
Quando és criança, tornas-te branco
Quando vais à praia, ficas vermelho
Quando tens frio, ficas azul
Quando entras em pânico, ficas amarelo
Quando estás doente, ficas verde
Quando morreres, ficarás cinzento

E ainda tens coragem para dizer-me que eu sou de cor!!!!

Assina: Um negro chateado

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quarta-feira, abril 13, 2005

Os índiosTerena

Como o saber não ocupa lugar, resolvi fazer este post, tendo plena certeza de que a maior parte dos habitantes da vila onde resido jamais lhes passou pela cabeça que em terras longíquas do Brasil, concretamente no Estado do Mato Grosso do Sul, localizado na Região Centro-Oeste e cuja capital é Campo Grande, se encontram os índios Terena, considerada a segunda maior população indígena daquela zona.
O seu meio de vida é a agricultura. São conhecidos como um povo agricultor que luta pela demarcação da terra que outrora lhes pertencia e que ao longo dos tempos lhes tem sido tomada.
Conhecidos também pelo seu nível de adaptação e aculturação, os índios terena são politizados e exercitam os seus direitos de cidadão. Hoje, muitos jovens terena participam da vida económica do país, pois são hábeis agricultores, embora possuam poucas terras, mas sabem aproveitar bem esse espaço. Na política da sua região já há vereadores eleitos em algumas comunidades. Os Terena procuram preservar sempre os seus valores étnicos culturais. Entre as expressões de destaque, figura a Dança da Ema (Kohixóti Kipahí), na qual somente os homens participam. A sua população é de cerca de 60.000 pessoas.
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quarta-feira, abril 06, 2005

Porque será que já nada me espanta?

Tenho evitado propositadamente escrever fosse o que fosse acerca do falecimento de João Paulo II.Por toda a net existem os mais variados artigos referentes à sua morte, cada qual expressando as mais diversas opiniões sobre o Papa como ser humano e como homem da igreja.Quero dizer que o artigo que achei mais apropriado encontrei-o no blog http://tintafresca.blogs.sapo.ptConsiderando não ter nada a acrescentar face à gama de discursos apresentados, abstraí-me de comentar o referido assunto.No entanto, várias vezes me interroguei sobre o porquê de tanta mediatização e tanto aparato televisivo.Lembro um trabalho de investigação que realizei na faculdade sobre a Globalização e recordo ter descoberto que a morte de Abraham Lincoln só foi conhecida na europa 13 dias após ter ocorrido. (Outros tempos!) Quando em 1982 surgiu aquele problema da Bolsa em Hong Kong, 3 minutos depois, o mundo inteiro tinha conhecimento. No caso concreto do falecimento do Papa, foram muitos os dias em que se esperou antecipadamente a sua morte, chegando mesmo a ser anunciada antes de consumada.É certo que hoje em dia a globalização tem destas coisas mas, penso que são os meios de informação que fazem que os acontecimentos sejam mais ou menos importantes, mais ou menos mediáticos e mais ou menos inesquecíveis.Senão, vejamos: é lembrarmos o que ocorreu quando do 11 de Setembro, quando dos fogos do verão do ano passado (com a novela do Portugal está a arder!), com a tragédia de Entre os Rios, e tantos outros acontecimentos tristes!Mas o que mais me espantou hoje, foi sem dúvida a notícia passada no telejornal da SIC acerca do falecimento do princípe Rainier do Mónaco.Acontece que, segundo os vizinhos franceses daquele Principado, entrevistados pela jornalista desta estação televisiva, existem fortes suspeitas de que Rainier já se encontra morto há 3 dias, não tendo sido tal facto dado a conhecer ao mundo, em virtude de, e passo a citar: " Primeiro tinha que morrer o Papa".Ou seja, a morte de Rainier não foi anunciada para não atrapalhar ou ofuscar as cerimónias fúnebres do Santo Papa!Porque será que já nada me espanta?
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quinta-feira, março 31, 2005

_Recibo?_ Sim, sim, ora essa!

Hoje, entrei no site das Finanças e resolvi fazer a minha simulação do IRS.Fiquei decepcionada! Então não é que já tinha feito continhas ao reembolso do imposto pago indevidamente ( o que me dava um geitão na época das férias!) e que na realidade não vou receber? E com tantas despesas que tive!Pensei: enganei-me! E tentei a simulaçao de novo. Qual engano qual carapuça! Ainda tinha de pagar mais 85 euros.Experimentei com mais umas despesitas que ficaram esquecidas pela filhota no emaranhado de livros da faculdade e nem assim.Fiquei chateada!Vai daí, resolvi postar este alerta que me enviaram em tempos por e-mail e que vinha mesmo a propósito.Um conselho: não esqueçam de guardar nem um papelito! Quem sabe o simulador para o ano não está a nosso favor!!!_Porquê pedir sempre um recibo?_Porque não podemos continuar a poupar dinheiro a quem vive dos impostos que nós pagamos, sem pagar os seus!_Quando não exige um recibo ( que por lei lhe devia ser entregue, ao invés daquela habitual pergunta viperina " Quer recibo?" ) está, de facto, a poupar ao infractor 19% de IVA mais a parcela dos 20 a 40% deIRC que deveria pagar mas não o fará porque, obviamente, se esquivou aos documentos respectivos.Em números médios ele tem uma vantagem ( na fuga aos impostos ) de 25 a 30% do total pago além de, neste preço, já ter incluído a respectiva margem.E nós, que não podemos fugir aos impostos, pagamos os nossos e, como ao Estado esse dinheiro já não chega, vamos também sofrer a sós o agravamento dos mesmos, porque as pessoas que diariamente nos vendem refeições, livros, perfumes, fatos, sapatos, portas, janelas..., nunca passam recibos!Ou seja, pagamos os nossos impostos e temos de pagar também o que outros (vivendo das nossas compras) não pagam por se esquivarem aos devidos recibos.Vamos, a partir de hoje, exigir sempre recibos. De tudo!Veremos se o deficit se reduz ou não...


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terça-feira, março 15, 2005

Pensamento do dia

Quando os homens pensam que são como os deuses, geralmente são muito menos que homens.

"D.H. Lawrence


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sexta-feira, março 11, 2005

Simples homenagem

Hoje deu-me para folhear um livro (vá-se lá saber porquê...) editado há já alguns anos pela autarquia deste concelho, intitulado "Cantadores de Alegrias, Mágoas e Mangações".A arte da palavra, e da palavra poética em particular, faz parte da cultura portuguesa e é tão antiga como a própria língua.A inventiva oral-popular dos cantadores, com grandes rasgos de originalidade, baseia-se quase toda nas chamadas décimas, (forma poética semelhante à redondilha) e ainda em uso em toda a região alentejana.Quero partilhar com vocês umas décimas do ti Anastácio Pires, que infelizmente já não se encontra entre nós, mas que nos deixou como legado palavras sábias em forma de poesia.E, como o 8 de Março foi apenas há 2 dois dias, aqui ficam os seus versos cantados por ele em homenagem à sua mulher e que eu roubo, para lhos devolver em homenagem ao grande poeta popular, que viveu neste concelho.


MOTE

A minha mulher amada
Que nunca ralha comigo
Quando ela estiver zangada
O gato sofre um castigo

Se o gato em casa entrar
Prega-lhe com um sapato
-Tal é o estupor do gato
Anda só a patear!
Andei a casa a lavar
Já está toda pateada
Já que não me ajudas nada
Não me estragues o que eu fiz
_Mas a mim nada me diz
A minha mulher amada


Se o gato se for deitar
Em cima de uma cadeira
Dois sopapos na lombeira
Não está livre de apanhar.
Só de o ouvir miar
Põe-se ela desafinada
_O que é que quer a empada?
Se queres comer vai fazê-lo.
_Não lhe queria estar no pelo
Quando ela estiver zangada


Se o gato estiver sentado
Lá ao lume à chaminé
Ela dá-lhe um pontapé
Que ele abala de alma ao lado
_Aqui está escarrapachado
Só gosta de bom abrigo
Por causa dele nem consigo
Pôr as panelas ao lume
-Mas tem um belo costume
Que nunca ralha comigo.


Se eu no café me descuido
Chego a casa não se queixa
Mas só que o gato se mexa
Carrega com o canudo*
O gato papa com tudo
Sem perceber do artigo
Eu percebo mas não ligo
Finjo até não perceber,
Sem culpa nenhuma ter
O gato sofre um castigo.

REMATE

Tirai nota povo honrado
O que vos digo é exacto
Se eu não possuísse um gato
Eu é que estava enrascado,
Era eu o condenado
Tenho a firme certeza
Que a mulher tem natureza
De ralhar um bocadinho,
Mas o bom do meu gatinho
É uma grande defesa.


* Tubo de cana ou de ferro para atear o lume de chão.
(Post recuperado)

quinta-feira, março 03, 2005

Acabei de criar o meu blog!!!!

Ainda não acredito!

Finalmente consegui aventurar-me nesta viagem da blogosfera.Adoro passear pelos mais variados blogs, descobrir novas personagens,novos viajantes deste mundo em que vivemos.

Amigos (virtuais) que não conheço pessoalmente e cuja companhia tanto prazer me dá!Não escrevo mais hoje...

Começo amanhã.Vou sonhar com esta prenda!

Beijos...(pra vocês)

* Post recuperado.