Da bola e outras coisas redondas
SOARES.
A Grande Reportagem publicou esta semana em exclusivo documentos desclassificados sobre os contactos – vamos chamar-lhe assim – de Carlucci no Portugal pós-revolucionário. Soares foi então a aposta dos EUA para, digamos, moderar a revolução. Uma aposta bem sucedida como se sabe. Na prática, um bom investimento. Da Casa Branca e da CIA. Na investigação, fica-se a saber muito do que já se desconfiava sobre o colaboracionismo de Mário Soares com os interesses norte-americanos no nosso país. Só que, desta vez, oficialmente. Com papéis. Percebe-se também que Soares fazia fita quando se indignava com as suspeições de então e garantia não receber um dólar dos EUA. Era verdade: não foi um dólar, foram alguns milhares. Os documentos comprovam que Soares, o nosso Mário, até pediu armas à Casa Branca, mas Kissinger preferiu dar-lhe dinheiro. Ele aceitou, claro. Nos EUA, repousa ainda nos arquivos nacionais, em absoluto secretismo, um ficheiro sobre Soares, ainda inacessível por razões de «segurança nacional». É uma pena. É precisamente por razões de segurança nacional que, por aqui, dava imenso jeito saber o que lá está.CAVACOPor esta altura, sua Excelência não quer falar sobre a mais do que certa candidatura presidencial. Não quer fazer ruído, diz ele. Aplauda-se. Pela primeira vez, o antigo primeiro-ministro admite, ainda que timidamente, que qualquer coisa que lhe saia da boca perturba quem o vê e ouve.CARRILHOTambém por razões de segurança nacional, apetece-me dizer que o candidato do PS à Câmara de Lisboa devia ter, pelo menos, umas aulas de boas maneiras. O não ter cumprimentado Carmona à saída de um debate televisivo é apenas um sinal de que o homem não está bem. O problema nem sequer é a falta de educação, entenda-se. Mas se ele faz aquilo e ainda não é presidente, imagine-se o que não aconteceria se lá chegasse. Ainda prometia uma tareia a alguém.Notícia retirada daqui.
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