quarta-feira, junho 06, 2007

G8, what for?!!

A reunião dos chefes de Estado e de Governo dos oito países mais industrializados do mundo (G8), que tem hoje início em Heiligendamm na Alemanha, mostra-nos um cenário político e socio-económico pouco animador para o futuro da humanidade. No evento que terá como lema essencial “Crescimento e Responsabilidade”, os líderes do G8 debaterão e decidirão uma vez mais sobre as questões de economia e política global que os afectam, sem ter em conta os mínimos interesses dos países subdesenvolvidos, a não ser uma pequena referência sobre a situação económica em África.
Este ano a agenda incluirá para além da inversão e crescimento económico, a propriedade intelectual e a crise energética, sem qualquer referência aos acutilantes problemas económicos que envolvem os países subdesenvolvidos.


Tambores de Guerra

Q ue distintas são as coisas quando se vêem de distintos pontos da Terra! Para os que vivem no coração de África, o significado da Paz é totalmente diferente do que pode significar para os cidadãos da Europa. Se para estes a paz representa a tranquilidade, para os outros a paz, significa acima de tudo, sobrevivência. A guerra, na sua total crueldade, apresenta-lhes duas perspectivas: a do protegido e a do desprotegido. Para as grandes potências, a guerra representa um mero jogo de estratégias. Para os países subdesenvolvidos, o espectáculo dantesco da ruína, a fome e a morte.
As guerras esquecidas de África, as que não comovem a opinião dos europeus ou dos norte-americanos, porque aparentemente não lhes afecta a vida, poderiam servir para a "análise da natureza social da guerra". Existem três características comuns a todos os conflitos:
- Os homens da guerra;
- Ânsia de poder;
- Desequilíbrio económico.
Os homens da guerra são os sujeitos que concebem a guerra como um meio de impor os seus critérios num determinado conflito social. À frente de cada movimento belicista existe uma mente perturbada que interpreta a destruição do inimigo, como um objectivo para a sua afirmação pessoal. É comum aos homens da guerra dissimular um quadro psicológico de egocentrismo que os induz a considerar as discrepâncias sociais como uma ameaça à realização pessoal. Uma paranóia que inevitavelmente conduz à alternativa "vitória ou morte".
A ânsia de poder representa outra das características comuns de toda a iniciativa bélica. É esta que move os caciques das sociedades a colaborar com as iniciativas dos seus líderes. Subir na escada do poder é a perspectiva dos políticos, salvo para os poucos que assumem os seus objectivos como um serviço à sociedade. Os oficiais militares e os cabecilhas políticos oferecem-se para constituir os "estados-maiores" que realizarão as operações de extermínio do grupo social, elevado à categoria de inimigo. Personificar-se e identificar-se com o líder, constitui a garantia de uma quota de poder, alcançada a vitória.
Mas uma das características que mais induz à guerra é a irrealidade que se segue a todo o real desequilíbrio económico. Aqueles que todos os dias convivem com a miséria, são os mais frágeis para continuar e assumirem um Estado com esperança na prosperidade, após o alistamento na luta armada. Os que nada têm, têm aparentemente menos que perder e muito mais a ganhar. São estes dois objectivos que movem muitos a lutar, sem perceberem que, da destruição da guerra apenas se obtém duas coisas: mais pobreza, mais miséria e mais dor.
As sociedades mais débeis são por si só, as sociedades mais frágeis aos interesses das grandes potências, que utilizam os homens da guerra como os seus baluartes para a exploração do terceiro mundo, que não só confiscam as suas riquezas naturais, como ainda dizimam as suas populações e as lançam na maior das pobrezas.
O dia que os tambores calarem e os povos massacrados tomem consciência do poder da paz e do trabalho, todos unidos, estarão rumo ao desenvolvimento. Mas talvez que esse dia seja já tarde demais.

STOP!!!

5 comentários:

Anónimo disse...

É chegada a hora de gritarmos ao Mundo , Não ao G8!, Não aos poderosos. Sim pelo Mundo. Este é de todos nós, não é só deles...

Sempre em Luta!

Kiss

Mar Arável disse...

Na vida é preciso ter razão - mas não basta ter razão

Ivo disse...

Hoje (sexta feira), tive que me rir irónicamente!!

Será debatido pelos 8(uma grande causa, como lhe chamaram), o Caso Africa em que ponderam "gastar" 60 milhões de dólares no combate À fome, à Sida e todos os problemas que existem em àfrica...

Eu recordei logo... vão discutir isso?!?! Mas não foi os EUA que à questão de semanas decidiram desbloquear uma verda de 160 milhões para a guerra no Iraque?!?!
Onde existe bom senso em, "doarem" entre os 8 esses 60?!?!?!

AJB - martelo disse...

no que respeita ao crescimento eles são exímios, mas quando se aborda a responsabilidade ( no sentido da coerência)eles são, como é costume, o desastre habitual... e falsos!!

Pedro Marques disse...

De acordo.
Também escrevi sobre este assunto que me enoja ligeiramente...