sexta-feira, maio 04, 2007

Marionetas

D efendo que uma sociedade é mais rica quando a participação dos seus cidadãos é maior e a sua personalidade mais desenvolvida. A personalidade, como consciência íntima de projecção individual, de interpretação subjectiva do sentido da vida, assenta no amadurecimento do conhecimento intelectual. Pressupõe a determinação da singularidade do indivíduo em pessoa autónoma.


E ssa diversidade da personalidade, não obstante ser um dos factores decisivos para o progresso social, representa para aqueles que dirigem (governam) a comunidade, o maior obstáculo ao exercício do poder. As estruturas políticas cumprem melhor o exercício do poder que se propõem, quanto maior for a uniformidade da massa social que administram e menor a dispersão de critérios. Por exemplo, as estruturas económicas procuram a uniformidade no consumo, com o objectivo de facilitar a planificação da produção. A pressão que o poder exerce sobre a sociedade favorece a uniformidade e força a personalidade dos cidadãos a padrões preconcebidos.

Esta tendência torna-se real mediante a promoção de ideais que modelam a vontade dos cidadãos. E como? Através da manipulação das populações, utilizando a propaganda política ou a publicidade comercial. Percebe-se facilmente que existe uma finíssima margem entre a informação e a coacção psicológica, o que determina por si só um limite à própria liberdade. Concluir que um cidadão é livre na medida em que exerce mediante sufrágio, a sua opinião sobre algumas realidades sociais, não é mais do que uma "concepção pobre" da liberdade.

Uma sociedade é tanto mais livre, quanto mais participativa e organicamente mais dinâmica for a sua estrutura.

Os poderes, segundo o adágio romano de pão e circo costumam distrair os cidadãos das suas próprias responsabilidades, transmitindo-lhes a imagem de que a sua segurança e progresso estão garantidos. Assim, as pessoas satisfeitas nas suas necessidades primárias, adiam o hábito de pensar e convertem-se em indivíduos amorfos.

Contra essas condutas totalitárias, mais ou menos revestidas de democracia, a única contenção está no desenvolvimento da cultura humanística que desperte no indivíduo a sua capacidade protagonista e o leve a interrogar-se se a sociedade que se constrói ao seu redor corresponde à sua expectativa de progresso social.

São muitos os "poderes" que se podem utilizar para silenciar a iniciativa pessoal, obrigando-nos a vaguear no mundo como marionetas. Alguns tão antigos como pão e circo, transformaram-se hoje em televisão e consumo.

Magnolia

9 comentários:

Anónimo disse...

É bem verdade que hoje o Povo anda completamente alienado com o pão e o circo que a tv lhes dá.
Vejamos só os nosso canais privados. Uma porcariá lixo audiovisual, infelizmente...
Só nos resta a alguns remarmos contra a maré e avisarmos outros.

Kiss

Educatus disse...

O PROFESSOR QUE SÓCRATES NÃO CONHECIA,

NÃO CONHECEU NEM QUER OUVIR FALAR;

A BEM DA NAÇÃO



CHAMA–SE ANTÓNIO JOSÉ MORAIS E É ENGENHEIRO A SÉRIO; DAQUELES RECONHECIDOS PELA
ORDEM (não é uma espécie de Engenheiro, como diriam os Gatos Bem Cheirosos) .



O António José Morais é primo em primeiro grau da Drª. Edite Estrela. É um
transmontano, tal como a prima, que também é uma grande amiga do Eng. Sócrates.
Também é amigo de outro transmontano, também licenciado pela INDEPENDENTE o DR.
Armando Vara, antigo “caixa” da Caixa Geral de Depósitos e actualmente Administrador
da Caixa Geral de Depósitos, grande amigo do Eng. Sócrates e da Drª Edite Estrela.



O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia
Civil). Só que, devido ao seu elevado empreendedorismo, canalizava trabalhos
destinados ao LNEC, para uma empresa em que era parte interessada. Um dia, foi
convidado a sair pela infeliz conduta.



Trabalhou para outras empresas entre as quais a HIDROPROJECTO e pelas mesmas razões
foi convidado a sair.



Nesta sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara da Covilhã
aonde vendeu serviços requisitados pelo técnico Eng. Sócrates.



Daí nasce uma amizade.



É desta amizade entre o Eng da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação
do Eng. Sócrates à Drª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido
Socialista.



E assim começa a fulgurante ascensão do Eng. Sócrates no Partido Socialista de
Lisboa, apadrinhada pela famosa Drª Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente
influente no núcleo duro do líder socialista.



À ambição legítima do politico Sócrates era importante acrescentar a licenciatura.



Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL (Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa) passa a contar naquele Instituto com um prestigiado aluno –
José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel.



O Eng. Morais demasiado envolvido noutros projectos faltava amiudadas vezes ás aulas
e naturalmente foi convidado a sair daquela docência.



Homem de grande espírito de iniciativa, rapidamente se colocou na Universidade
Independente.

Aí o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na politica e na
governação o seguiu, e”porque era a escola mais perto do ISEL que encontrou “.



E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o
desconhecido mas exigente Eng. Morais. E ultrapassando todas as dificuldades,
conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante,
licencia–se , e passa a ser Engenheiro, á revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros,
que segundo consta é quem diz quem é Engenheiro ou não, sobrepondo–se completamento
ao Ministério que tutela o ensino superior.



(Essa também não é muito entendível; se é a Ordem que determina quem tem aptidão
para ser Engenheiro devia ser a Ordem a aprovar os Cursos de Engenharia ; La Palisse
diria assim)



Eis que licenciado o governante, há que retribuir o esforço do HIPER MEGA PROFESSOR,
que com o sacrifício do seu próprio descanso deve ter dado aulas e orientado o aluno
a horas fora de normal, já que a ocupação de Secretário de Estado é normalmente
absorvente .



E ASSIM FOI:



O amigo Vara, também secretário da Administração Interna, coloca o Eng. Morais como
Director Geral no GEPI, um organismo daquele Ministério.

O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a
adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na
Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara.



(Lembram-se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi
obrigado a demitir o já ministro Vara, sob pressões do Presidente Sampaio, o que
levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio… Consta-se até que o Dr.
Vara nutre pelo ex-Presidente um ódio de estimação).



O Eng. Guterres, farto que estava do Partido Socialista (porque é um homem de bem,
acima de qualquer suspeita, íntegro e patriota) aproveita a derrota nas autárquicas
e dá uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e manda-os todos para o
desemprego.



Segue-se o Dr. Durão Barroso e o Dr. Santana Lopes que não se distinguem em
praticamente nada de positivo e assim volta o Partido Socialista comandado pelo Eng.
Sócrates E GANHA AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA.

Eis que, como “amigo do amigo seu amigo é”, vamos dar mais uma oportunidade ao
Morais, que o tipo não é para brincadeiras. E o Eng. Morais é nomeado Presidente do
Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça.



O Eng. Morais, homem sensível e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã
brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo.



E, como a paixão obnubila a mente e trai a razão, nomeia a “brasuca “ Directora de
Logística dum organismo por ele tutelado a ganhar 1600 € por mês. Claro que ia dar
chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações) da
pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava. Daí a ser
publicado no “24 HORAS” foi um ápice.

E ASSIM, lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez.



TIREM AS VOSSAS CONCLUSÕES…

Ivo disse...

A Bem da verdade, conhecendo muitas em teoria, alguma na prática, os mecanismos e técnicas, cada vez mais utilizados para «manipularem» as mentes são cada vez mais promíscuos e cada vez mais utilizados por gente que sofre do mesmo "mal"!!
Porém, por muito ou nada que se faça, existe um padrão, uma personalidade que dificilmente será corrompida: As pessoas de Personalidade íntegra, conhecimento integro e afins, como referes!!
Todos os restantes... Ou são os que "estão supensos nos cordelinhos", ou os que controlam os "que estão nos cordelinhos"!!

Bruno A. disse...

O problema reside igualmente no facto de ser tão difícil para as pessoas em geral, aquelas que fazem serão em frente á porcaria da televisão, aquelas que sonham com o fim-de-semana para poderem ir ao centro comercial, ou aqueles que levam a semana toda a pensar e a discutir os lances de futebol, todas essas pessoas nunca tiveram, a oportunidade de pensar por elas próprias, emitirem as suas opiniões por medo de serem criticadas pelos seus, porque se há algo de extremamente complicado é isso mesmo. Ninguém quer fazer o esforço (quase todo ele em vão) de dar a compreender aquilo que realmente sente. A estabilidade resume-se àquilo que toda a gente faz e não aquilo que gostaríamos que nos acontecesse. Se fizermos parte do todo, então a probabilidade de nos sentirmos menos mal é, no mínimo, igual à dos outros. Quem detêm o poder de dominar e convencer massas apenas precisa de puxar pelos cordelinhos certos. E nem sequer precisa de puxar assim tanto...

Anónimo disse...

é por posts como este que tenho para mim que terei de tirar uns para ler este blogue como um livro -- do inicío ao fim, por capitulos.

bjs

João Ferreira Dias

Lovely Toys disse...

Obrigada pelos vossos comentários. Bom fim de semana.

AJB - martelo disse...

pois é, Magnólia, como vê vale a pena manter este espaço onde no meio dos desabafos se vão afirmando alguns que não se distraem com as vulgaridades; suponho que concorda.

Lovely Toys disse...

Concordo, Martelo (sem foice)!
É sempre gratificante vermos que as nossas palavras fazem eco em alguma parte.
Obrigada também pelo seu comentário. E volte sempre.

Leandro disse...

A uniformização começa na escola, com as crianças e adolescentes, e vai pelo convívio social a dentro, com os adultos. Então, homens e mulheres uniformizados seguirão uniformizando seus filhos já a partir do interior famíliar, reforçando e cristalizando como legítimas e inerentes as "realidades" formadas daí.
Já assistiu "The Wall" (Pink Floyd)?