

Memórias de
Um tempo não muito distante...
Recordações que deixam
mágoa, saudade e alegria, ao mesmo tempo...

Momentos que recordo com ternura:
"Ti" Adriano, o que nos contava os discursos e as conversas macias que no tempo de Salazar, o ditador, entremeavam com porrada, exploração e guerra, até fartar, para cima dos trabalhadores. A única abundância.
Quantas onças de tabaco dizias que fumavas, por dia, nessas occasiões, escondido em cima das azinheiras e dos sobreiros, com a guarda a cavalo à tua procura a mando do "lavrador" e da PIDE? Eu já não me lembro!
Belos serões aqueles! Tu a contares essas histórias na tua casa pobre, de chão de terra batida e telhado de telha-vã. O que te valia era o lume de chão e aquele bagaço que tinhas para os camaradas - que eu detestava e tu te rias - enquanto a conversa corria, encantadora, a dar conforto, a despertar vontades e sonhos. Noite fora.
Um poema é feito de muita coisa. Os homens e as mulheres têm o direito de sonhar. O dever de sonhar. E não faz mal ter presente Goethe: "A teoria, meu amigo, é parda, mas verde é a eterna árvore da vida". E. Hemingway: "Um homem pode ser destruído mas não derrotado". Catarina Eufémia. António Maria Casquinha. José Geraldo.
As formigas de asa chegam com a terra molhada. Lavrada. Penetrada pelo arado. Fecundada. O pássaros comem a bicheza que fica nas leivas levantadas pela charrua. O cheiro primitivo e quentte da terra remexida. As sementeiras. Pão. O pão que produzias e faltava na tua casa.
As ceifas. Doze horas curvado. De sol a sol. Calores tórridos.
A jornada de miséria. A fome. O insuportável suportado. Latifúndio. Coutadas. Ganhões.Restos de um tempo. Feudalismo. A praça de jorna. O dia de greve. Os que partem. As tuas lágrimas. No campo, o poço. Água fresca. Cantares de um povo que sofre. Rejeição do esquecimento. Resistência. Até à Revolução de Abril. Depois, o 1º de Maio. A tua festa! Évora. Milhares de trabalhadores!
"Ti" Adriano, o que nos contava os discursos e as conversas macias que no tempo de Salazar, o ditador, entremeavam com porrada, exploração e guerra, até fartar, para cima dos trabalhadores. A única abundância.
Quantas onças de tabaco dizias que fumavas, por dia, nessas occasiões, escondido em cima das azinheiras e dos sobreiros, com a guarda a cavalo à tua procura a mando do "lavrador" e da PIDE? Eu já não me lembro!
Belos serões aqueles! Tu a contares essas histórias na tua casa pobre, de chão de terra batida e telhado de telha-vã. O que te valia era o lume de chão e aquele bagaço que tinhas para os camaradas - que eu detestava e tu te rias - enquanto a conversa corria, encantadora, a dar conforto, a despertar vontades e sonhos. Noite fora.
Um poema é feito de muita coisa. Os homens e as mulheres têm o direito de sonhar. O dever de sonhar. E não faz mal ter presente Goethe: "A teoria, meu amigo, é parda, mas verde é a eterna árvore da vida". E. Hemingway: "Um homem pode ser destruído mas não derrotado". Catarina Eufémia. António Maria Casquinha. José Geraldo.
As formigas de asa chegam com a terra molhada. Lavrada. Penetrada pelo arado. Fecundada. O pássaros comem a bicheza que fica nas leivas levantadas pela charrua. O cheiro primitivo e quentte da terra remexida. As sementeiras. Pão. O pão que produzias e faltava na tua casa.
As ceifas. Doze horas curvado. De sol a sol. Calores tórridos.

* Post recuperado do ano passado e editado.
6 comentários:
Magnólia as tuas palavras inspiraram o meu humilde post que vai sair agora à meia-noite.
O teu post é um verdadeiro hino ao Trabalhador e ás Lutas que continuam sempre presentes.
Eu vou passar por lá...
Kiss e Feliz Dia do Trabalhador
Também passarei por lá... sempre! E vai ser linda a festa! :)
Eu estive lá... Mudamos de lugar por causa do temmpo... Onde estavas?
Pois foi, Ludovicus, mudámos para o Monte Alentejano. Mas mesmo assim a festa ainda foi bonita. Pena que não pudesse estar até o final. Mas valeu a pena!
O outro endereço do blog é só alternativo. Não precisa de mudar nada. Este alternativo é só uma sub-capa. Kiss
o mundo continua mesmo com os que partem e os que sofrem...
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