segunda-feira, setembro 10, 2007

A Festa!








Clicar na imagem para aumentar

Sugiro a leitura deste post no blog Vermelho Vivo.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Opinião

A rosa murcha de Sócrates

Começamos a assistir a pequeninas insurreições de militantes do PS, que apontam Sócrates à execração socialista e o acusam de ter murchado a rosa.

resolvidas por este Governo que somente serve para nos dar
desgostos, enquanto acusa os objectantes de intrigas rasteiras e manobras sórdidas. A verdade é que começamos a assistir a pequeninas insurreições de militantes do PS, que apontam Sócrates à execração socialista e o acusam de ter murchado a rosa. Ainda há dias, Alfredo Barroso deu alguma luminosidade ao triste Sol do Saraiva, aproveitando o rodapé em que foi paginado o seu artigo para reduzir a subnitrato este PS, o Governo e adjacências. É um texto exemplar, pelo que nomeia de danos irreversíveis provocados pela vigência destes "socialistas modernos".
Porém, José Sócrates não só dissolveu as expectativas nele depositadas. Avariou, irremediavelmente, a grandeza de intenções contida na ideia de socialismo. Guterres causara amolgadelas graves no corpo cambaleante do infeliz partido, mas nada que se compare às cacetadas de Sócrates. Daqui para o futuro quem vai acreditar nos socialistas, no socialismo, no PS?, cuja história carrega um peso insuportável de derivas, desvios e traições.
José Sócrates pode ser um guloso de tecnologia, um amante desvairado de cibernética, um "animal feroz", como se definiu numa preguiçosa e insensata entrevista ao Expresso. O que José Sócrates não é, sabemo-lo todos - e todos os dias: nem socialista, nem grande político nem grande primeiro-ministro.

No emocionado êxtase de si próprio, José Sócrates anda pelo País a distribuir computadores. Faz discursos repletos de adjectivos e de nenhumas reticências. Como ninguém dá nada de graça, os recebedores das máquinas têm de as pagar, mais tarde ou mais cedo, acaso com leves descontos. Tudo em nome da ciência, da tecnologia e do conhecimento. E ponha lá, também, da "esquerda moderna", instrutiva expressão inventada nos melancólicos vagares de José Sócrates. Os portugueses estão cada vez mais aflitos, andam cheios de Prozac, enchem os consultórios de psicólogos e de psiquiatras, e o querido primeiro-ministro entrega-lhes computadores, na presunção de que vai erguer o moral da pátria.
Portugal existe numa litografia graciosa e colorida, segundo no-lo é apresentado pelo Governo. Mas os números do desespero são assustadores. Admito que as evidências da realidade sejam extremamente maçadoras para a desenvolta modernidade do Executivo: meio milhão de desempregados; dois milhões de compatriotas em risco de pobreza; três milhões de famílias endividadas em cerca de 1,2 vezes o seu rendimento anual; 48 mil professores sem colocação; milhares de enfermeiros em estado de susto; e as dez maiores fortunas do País cresceram quase 14%.
Possuo enorme rol de malformações sociais, criadas, aumentadas ou não

Baptista-Bastos no DN

sábado, setembro 01, 2007

Home!

And I feel just like I’m living someone else’s life
It’s like I just stepped outside
When everything was going right
And I know just why you could not
Come along with me
'Cause this was not your dream
But you always believed in me

Another winter day has come
And gone away
In even Paris and Rome
And I wanna go home
Let me go home

And I’m surrounded by
A million people I
Still feel all alone
Oh, let me go home
Oh, I miss you, you know

Let me go home
I’ve had my run
Baby, I’m done
I gotta go home
Let me go home
It will all be all right
I’ll be home tonight
I’m coming back home

Michael Buble

"Home"

Another summer day
Has come and gone away
In Paris and Rome
But I wanna go home
Mmmmmmmm

Maybe surrounded by
A million people I
Still feel all alone
I just wanna go home
Oh, I miss you, you know

And I’ve been keeping all the letters that I wrote to you
Each one a line or two
“I’m fine baby, how are you?”
Well I would send them but I know that it’s just not enough
My words were cold and flat
And you deserve more than that

Another aeroplane
Another sunny place
I’m lucky I know
But I wanna go home
Mmmm, I’ve got to go home


Let me go home
I’m just too far from where you are
I wanna come home

sábado, agosto 25, 2007

A propósito...


Os políticos de Negócios

Alguns partidos, perante a diminuição da sua influência, motivada pela sua própria incapacidade de representar de forma efectiva o interesse geral e de conduzir as (cada vez mais) diversas solicitações dos cidadãos, vêem-se obrigados a transformar-se internamente, em épocas de crise. Em consequência dessas transformações, sobretudo em momentos de crise dos partidos de massas, surge uma nova classe de político que considera que a política não é mais que um negócio como qualquer outro. Essa transformação abre espaços à infiltração nos partidos de uma classe de políticos com parco sentido da moral e da coisa pública. Nesta situação, a classe política é facilmente substituída por indivíduos que consideram a política basicamente como um negócio.
Os políticos de negócios caracterizam-se por indivíduos que querem sacar o máximo de proveito pessoal do controle dos recursos públicos. Para atingirem o seu objectivo, substituem a representação do interesse colectivo pela concretização das pretensões individuais.
Esta nova classe política consolida o seu poder ocupando vários cargos no sector público, uma vez que estes cargos permitem desde logo, atingir os seus objectivos sem entrave, nomeadamente no que se refere à apropriação privada de recursos públicos. E utilizam mesmo a burocracia (na forma como ela é entendida por Max Weber) em seu próprio benefício. Estes políticos de negócios enriquecem pessoalmente por meio de subornos e pela aplicação do seu poder político noutras actividades, sobretudo naquelas em que esse poder lhes confere um estatuto de condição de superioridade.
Em geral os políticos de negócios não possuem a preparação profissional ou formação ideológica que lhes permitiria cumprir as tarefas requeridas pela administração pública, nem tão pouco uma identidade colectiva formada com base numa comunidade de interesses.
Tudo isto obriga a perder a ideologia dos partidos e a sua capacidade para fazerem propostas, criando em simultâneo um sistema que exclui todos os que não compactuam com os seus métodos. Utilizam por isso todos os métodos necessários para conservar o poder adquirido e o acesso aos recursos públicos. Este tipo de partidos transformam-se em agências de socialização da ilegalidade, colocando os seus homens em cargos de responsabilidade de organismos públicos, a troco do cumprimento das regras de uso desses lugares, para o “financiamento político”. O facto de alguns partidos actuarem como centros do poder, ratificando os seus actos em vez de condená-los, permite que a corrupção se propague e se degrade tudo o que tem origem político.
A confiança é um elemento essencial na relação entre os cidadãos e os seus representantes, ou seja, é um valor que está implícito à decisão, na hora de eleger um representante. A confiança entre representados e representantes traduz-se também na confiança de um povo no seu sistema de governo, na legitimidade do Estado e das suas instituições. Em consequência, a diminuição ou falta deste valor pode colocar em causa todo o sistema político.
É importante salientar que a perda da confiança, derivada da corrupção política, produz um grave desinteresse da sociedade civil pela democracia representativa, traduzido num abstencionismo que nos afasta cada vez mais da vida política, na perda do significado do voto que tende a converter-se em mera mercadoria transaccionável, e numa falha na essência e legitimidade das eleições.
O tipo de apoio obtido pelos partidos políticos através da corrupção e do clientelismo, é incapaz de garantir uma verdadeira legitimidade ao sistema político e às instituições do governo.


Link relacionado.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Dizer mal de Hugo Chavez. É obrigatório!

Decálogo para falar mal de Hugo Chávez, por Emir Sader
Actualmente, é professor aposentado da Universidade de São Paulo e dirige o Laboratório de Políticas Públicas (LPP) da Universidade do estado do Rio de Janeiro, onde é professor de sociologia. É autor de

Quem é Emir Sader:

Emir Simão Sader nasceu em São Paulo, no ano de 1943. Formou-se em Filosofia na Universidade de São Paulo. Fez Mestrado em Filosofia Política e Doutorado em Ciência Política, ambos na Universidade de São Paulo. Na mesma universidade, trabalhou como professor, primeiro de filosofia, depois de ciência política. Foi, ainda, pesquisador do Centro de Estudos Sócio Económicos da Universidade do Chile, professor de Política na UNICAMP e coordenador do Curso de Especialização em Políticas Sociais na Faculdade de Serviço Social da UERJ. Actualmente dirige o Laboratório de Políticas Públicas na UERJ, (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) onde é professor de sociologia.



Lembrete fornecido aos jornalistas da mídia oligárquica

1. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel do Estado, desqualificado e enterrado por nós há tempos.

2. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele se diz anti-imperialista e esse é um tema proibido nos media há tempos.

3. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele funda um novo partido, quando martelamos todos os dias que todos os partidos são iguais, que são negativos, que sempre reflectem interesses de grupinhos.

4. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele recupera o papel da política, quando todo o trabalho quotidiano dos media é para dizer que a política é irrecuperável, que só a economia vale a pena.

5. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele vende petróleo subsidiado aos países que não podem pagar o preço do mercado - inclusive a pobres dos Estados Unidos -, o que evidentemente fere as leis do mercado, pelo qual tanto zelam os media.

6. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele é um mau exemplo para os militares, que só devem intervir na política quando seja necessário um golpe militar e nunca para defender os interesses de cada nação.

7. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele ataca a os media privados e fortalece os media públicos. Porque ele acabou com o analfabetismo na Venezuela, tema sobre o qual devemos calar. Porque ele vai diminuir a jornada de trabalho em 2010 para 6 horas e esse tema é odiado pelos patrões.

8. Devo falar mal de Hugo Chávez porque assim me identifico com os interesses do dono do meio em que trabalho, garanto o emprego, fortaleço os partidos e as empresas aliadas do patrão.

9. Devo falar mal de Hugo Chávez porque ele faz com que se volte a falar do socialismo, depois que nos deu muito trabalho tratar de enterrar esse sistema, inimigo do capitalismo, a que estamos profundamente integrados.

10. Devo falar mal de Hugo Chávez (e de Evo Morales e de Lula e de todos os não brancos), senão eles vão querer dirigir os países, os jornais, as televisões, as empresas, o mundo. Será o nosso fim.

Este post foi copiado ao amigo António Melenas do blog Enquanto e Não.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Vozes que se levantam


Em defesa da liberdade e da democracia


C om o 25 de Abril, um momento maior da história e da luta do Povo português, conquistámos a liberdade e abrimos as portas para profundas transformações na vida nacional. Ao derrubamento do regime fascista, sucedeu-se o lançamento das bases fundamentais de uma democracia integrando, complementarmente, as vertentes política, económica, social e cultural – uma democracia amplamente participada e conjugada com uma inequívoca afirmação de defesa da independência e soberania nacionais.

O regime democrático assim moldado foi consagrado na Constituição da República Portuguesa, aprovada em 2 de Abril de 1976 – sem dúvida um dos textos constitucionais mais avançados e progressistas da Europa.
Sabemos que, de então para cá, com responsabilidades e cumplicidades de diferentes governos e presidentes da República, a Constituição, não só não foi cumprida, como ainda foi desfigurada, por sucessivas revisões, em muitos dos seus aspectos fundamentais. E sabemos que, apesar disso, o cumprimento do actual texto constitucional, continuando a contemplar um inequívoco projecto democrático, constituiu a mais sólida garantia para defender a liberdade e o regime democrático, para projectar a defesa dos interesses dos trabalhadores, do Povo e do País.
Neste novo século, 33 anos depois do Dia da Liberdade, é tempo de reflectirmos sobre o caminho percorrido desde então e sobre a situação hoje existente.
Se em muitos planos vivemos hoje profundas inquietações na evolução do País, é na democracia social e económica, nas condições objectivas de vida dos trabalhadores e das populações, no desemprego, nos baixos salários, no trabalho precário, nas reformas e pensões de miséria, nas desigualdades sociais, na destruição de serviços públicos e do carácter universal do direito à saúde, ao ensino e à segurança social, que mais se faz sentir a degradação do regime democrático e que o colocam em perigo.
Situações essas que caminham a par e passo, com crescentes limitações aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, em particular dos trabalhadores e activistas sindicais no exercício dos seus direitos constitucionais, entre os quais, o direito à greve.
Direitos, liberdades e garantias dos cidadãos cujo exercício pleno se encontra cada vez mais vigiado e condicionado, quer nas muitas formas de organização e intervenção política e social, quer no acesso à informação, à cultura e à liberdade de expressão.
Regressões também no sistema político com a subversão do princípio constitucional da subordinação do poder económico ao poder político e onde, a pretexto de uma chamada «reforma», foram aprovadas leis profundamente antidemocráticas – como é o caso da «Lei dos Partidos» e da «Lei do Financiamento dos Partidos e das Campanhas Eleitorais» – e está em curso um processo de criação de leis eleitorais que distorcem o princípio da proporcionalidade.
Paralelamente, assiste-se a uma poderosa operação de branqueamento da história e da natureza do regime fascista, de ocultação dos seus crimes, de perigosa tolerância por parte das autoridades ao surgimento e intervenção pública de organizações de claro carácter fascista, violando a Constituição da República.
A situação actual e o futuro de Portugal impõem que os democratas, os homens, mulheres e jovens de esquerda, os trabalhadores, os intelectuais, façam ouvir as suas vozes e unam as suas forças em defesa do regime democrático de Abril.
É tempo de convocar os órgãos de soberania à assunção das suas responsabilidades no fazer cumprir a Constituição da República.
É tempo de renovar o apelo à intervenção cívica dos portugueses em defesa da liberdade e da democracia.
É tempo de redobrar o alerta e a acção para que cessem os ataques ao conteúdo democrático do regime saído da Revolução de Abril.
Para que Abril, os seus valores e os seus ideais, se afirmem como património vivo no Portugal do nosso tempo.
Para que a expressão «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais» ganhe garantia de futuro.
Abaixo-Assinado

terça-feira, julho 10, 2007

Jorge Palma

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim

sexta-feira, julho 06, 2007

O que eu gostaria de ter escrito

O Governo dos Ofendidinhos

"Eu cá por mim até acho que o médico do centro de saúde que escreveu a nota jocosa sobre Correia de Campos e a directora que não a foi arrancar a correr, mereciam um louvor do Estado."A

Já estou mesmo a imaginar os meus próximos pesadelos: - «Costuma criticar o ministro da Saúde?» – «Sim, faz parte das minhas obrigações como jornalista.» – «Então, está de castigo!»

Fazem-nos pagar taxas se formos operados, porque não é castigo suficiente estarmos doentes e termos de ir à faca. E não podemos rir? Fecham urgências por falta de clientela onde os privados querem abrir porque – adivinhem lá – têm clientela. E não podemos rir? Anulam direitos de acesso à saúde conquistados há décadas. E não podemos rir?

A queda nunca é quando nós esperamos...Eu cá por mim até acho que o médico do Centro de Saúde de Vieira do Minho, que escreveu a nota jocosa sobre Correia de Campos, e a directora que não a foi arrancar a correr (sim, porque mandou retirar, só que não foi tão rápida como o ministro acha que devia ter sido), mereciam um louvor do Estado. Há lá sítio neste País que precise mais de sentido de humor do que um centro de saúde? Bem, as escolas, se calhar... E daí, talvez não. Parece que o Governo ainda não se lembrou de atacar o sentido de humor das crianças. Mas é melhor pararmos por aqui, senão ainda lhes damos ideias.

Primeiro vem o Primeiro-ministro, José Sócrates, pactuar com a suspensão de um professor porque terá insultado o chefe do Executivo. Depois é o ministro da Saúde que decide a destituição da directora de um centro de saúde porque – reparem bem, trata-se de um acto gravíssimo – não mandou retirar, com grande urgência, um papel que era pouco simpático para Correia de Campos. Francamente, já não há pachorra para este Governo de ofendidinhos!

A Ponte 25 de Abril (eu sei, parece que não tem nada a ver, mas já vão ver que tem) foi construída de maneira a oscilar porque se fosse totalmente rígida, quebrava. O Primeiro-ministro, que ainda por cima faz tanta questão em ser engenheiro, tinha obrigação de saber que o que não é flexível, parte.

PS: As minhas desculpas pela ausência tão prolongada deste espaço de crónicas. É que andei um bocado ocupada a retirar das redacções os cartazes com dizeres jocosos sobre o Governo. Mas, espera lá, eles já nos tiraram a Caixa de Jornalistas, já instalaram um clima de terror tal no País todo que qualquer dia não temos fontes para os nossos artigos. O que é que nos podem fazer mais? Se calhar vou estar ausente mais uns tempos – tenho umas coisas para pendurar...
Isabel Nery, in Visão.

sexta-feira, junho 29, 2007

O quarto poder

O outro lado da liberdade de expressão
A

queles que dirigem e controlam a imprensa escrita e audiovisual não se cansam de proclamar enfaticamente que a comunicação social é o garante das liberdades cívicas, desde que desfrute de uma liberdade de expressão absoluta. É verdade que a liberdade de nos informarmos e de informar, constitui um travão para os que ostentam o poder. Mas essa liberdade, por sua vez, constitui uma forma de poder que pode degenerar e tornar-se manipuladora.Na realidade, a possibilidade de nos podermos expressar publicamente, é apenas de alguns, quase sempre profissionais da política e do jornalismo. A maioria dos cidadãos vêem-se reduzidos ao papel de leitores, radiouvintes e telespectadores. Apenas alguns têm a oportunidade de expor as suas opiniões por escrito. Ainda que os jornais reservem um espaço próprio para os leitores, na secção Cartas do Director. Mas até mesmo esta ínfima possibilidade de nos fazermos ouvir, depende da decisão do jornal e não do autor da carta. Valha-nos agora os blogs!
Sendo assim, em caso de polémica, este desequilíbrio entre o poder da imprensa e a multidão de cidadãos que carecem de meios de comunicação próprios, torna-se abismal e mesmo dramático. Os recursos de um jornal para fazer sentir a sua prepotência a quem se vê encurralado numa controvérsia são tão poderosos que, falar de liberdade de expressão é uma ironia. És atacado por um jornal e pedes direito de réplica. Concedem-no, fazendo alarde de liberalismo. Mas tardam em publicar a tua posição, mutilam-na e situam-na num espaço pouco destacado e, ao lado, até lhe colocam um artigo adverso… Entre o caçador e a presa há menos diferença quanto ao poder de atacar e defender-se, que entre um jornal e um cidadão que se enfrenta com alguém poderoso ou afecto ao mesmo.
A imprensa escrita e audiovisual exerce actualmente um verdadeiro “colonialismo da opinião pública”. Orienta o povo conforme as sentenças da sua forma de pensar. Para isso, selecciona os seus colaboradores, filtra as notícias, converte as informações em interpretações e comentários, destaca os dados que favorecem a sua própria posição ou prejudicam a imagem do adversário ideológico. Basta confrontar dois jornais de orientação diversa para verificar de que formas tão distintas se pode interpretar um mesmo acontecimento. A objectividade da notícia é parcial e está condicionada pela linha de um grupo ou do próprio jornalista. As notícias que nos chegam, independentemente de escritas, orais ou visuais, não apresentam o facto ocorrido mas sim a modificação/alteração necessária para cumprir com um determinado objectivo: o político. Hoje em dia a informação converteu-se num instrumento de poder e consegue atrair a opinião da sociedade, influenciando-a de uma forma voraz. É um elemento de manipulação através do qual se defendem diversas posturas e ideologias, um elemento que incide na nossa maneira de pensar, inconscientemente.
Depois do poder executivo, legislativo e judicial, temos o quarto poder: a informação (nas mãos de alguns privilegiados), que tem como finalidade informar e como objectivo, levar essa informação à sociedade.
Na minha opinião, considero que hoje em dia, todos os meios de comunicação têm demasiada influência na nossa maneira de pensar, atacam-nos, manipulam-nos, violam a intimidade dos mais mediáticos, etc… tudo para obter um pouco de glória, porque afinal são o quarto poder. Os meios de comunicação, actualmente, fazem o que lhes dá na gana, não têm regras… apenas um montão de informação, crê-la ou não, é da nossa conta.

Peço desculpa pela ausência nestes dias, mas a disponibilidade para escrever tem sido muito pouca.

quinta-feira, junho 14, 2007

Os invisíveis

A exclusão existe. Mas ninguém é um excluído por aquilo que é, mas sim pelo tratamento que recebe dos outros que o rodeiam. Talvez que o excluído não exista, e só existamos nós, os excludentes.A

exclusão social pressupõe negar à pessoa o direito de ser pessoa. O homem é um ser social, mas ao excluído arrebata-se tudo aquilo que lhe permite sentir-se humano. O excluído é todo aquele a quem a sociedade vira as costas. Os políticos não se lembram deles e nos meios de comunicação aparecem apenas nestas ocasiões O excluído social não desfruta dos direitos mais básicos, porque a sociedade não lhos reconhece e ele não pode reclamá-los.
A imagem da exclusão social mais evidente talvez seja a das pessoas que vivem na rua. Na “desenvolvida” União Europeia, calcula-se que cerca de 5 milhões de pessoas não têm lar e que mais de 15 milhões vivem em barracas. Ao mesmo tempo, os imigrantes sem papéis, os habitantes dos bairros marginais e os toxicodependentes sem tratamento, formam um grupo de excluídos cada vez maior. A verdade é que podemos afirmar que, se a sociedade não favorece os débeis, então ela os exclui. E começa a fazê-lo bem cedo. A falta de interesse pela educação, que recebem as crianças dos bairros marginais, assegura-lhes à partida, “uma taxa de exclusão” para o futuro. A igualdade de oportunidades apregoada por aí, não passa de uma frase feita, porque os meios públicos não são colocados de igual forma ao alcance de todos.
Fenómenos como o desemprego, a precariedade no trabalho ou a redução do Estado de Bem Estar, fazem aumentar a percentagem de excluídos. As novas estruturas sociais criam grupos de exclusão que antes eram impensáveis. O “avô” que até há pouco tempo era uma figura fundamental em qualquer família, enfrenta com uma das exclusões mais subtis: a solidão. Num país tradicionalmente familiar como Portugal, mais de um milhão de idosos vivem sós, e uma grande percentagem reconhece que o seu principal problema é a falta de companhia.
Os grupos de exclusão mudam com o tempo. Ao longo da história, foram vários os excluídos sociais: os judeus, os canhotos, os doentes mentais, os ciganos, os actores, os portadores do vírus da SIDA. A homossexualidade e o consumo de drogas foram rechaçadas ou dignificadas, consoante as diferentes culturas. São vários os grupos de exclusão que criamos ao nosso redor. Hoje em dia a principal causa de exclusão mundial é, simplesmente, a pobreza.
O excluído não é aquele que perdeu o emprego, mas sim aquele que não tem a mínima esperança de recuperá-lo. O problema dos excluídos não é que tenham problemas, é antes não ter a quem contá-los e a quem pedir ajuda. Excluído é o imigrante que chega sem uma garantia de futuro, a prostituta sem alternativa, o toxicodependente, a mulher maltratada, o sem abrigo. O idoso que não entende uma receita médica e não tem quem lha explique; o doente sem visitas há meses; o homossexual que tem de calar o que sente e o deficiente motor defronte de uma escada.
A verdade é que os excluídos não escolhem sê-lo. Somos nós que, entre todos, lhes escrevemos o rótulo.
Ninguém é um excluído por aquilo que é, mas sim pelo tratamento que recebe dos outros que o rodeiam. Talvez que o excluído não exista, e só existamos nós, os excludentes.
· ··^v´¯`×)(×´¯`v^· ···×)(× ··^v´¯`×)(×´¯`v^· ··

quarta-feira, junho 13, 2007

Conclusões do G8

Ele diz que só bebeu água...


Todas as televisões francesas se recusaram a passar estas imagens, mas algumas tv's europeias tiveram a coragem suficiente para nos mostrar os bastidores do G8. Este vídeo está o máximo!