quinta-feira, dezembro 28, 2006

Haverá esse lugar?

En Algun Lugar Del Mundo

Debe haber algún lugar del mundo
donde puedan vivir juntos,
un hombre y un animal
donde las aves vuelvan a casa
sin temor a encontrar jaulas
que no las dejen volar
debe haber algún lugar del mundo,
donde un sueño sea realidad
donde el sol pueda salir seguro
sin temor a encontrar muros
que no lo dejen brillar?

Debe haber algún lugar del mundo
donde puedan los injustos olvidar a Satanás
donde se pueda sembrar la tierra
repartiendo la cosecha,
entre los que quieren amar
debe haber algún lugar del mundo
donde al fin se pueda respirar
donde la manzana crezca buena
y no pague ya esa pena
del pecado original

Debe haber algún lugar del mundo
donde los viejos encuentren
un poquito de amistad
donde vuelen juntos por el cielo
una paloma con un cuervo
sobre la tierra y el mar
Debe haber algún lugar del mundo
donde todo sea libertad
donde pueda abrazar a ese amigo
que se quedó dormido,
una mañana tiempo atrás?


Fernando Ubiergo

terça-feira, dezembro 26, 2006

O outro lado do natal...

Agarra, que é ladrão!...

O Pai Natal tem o rosto do capitalismo.
Como todos os anos, milhões de crianças e adultos de todo o mundo, receberam com ilusão os maravilhosos presentes do dia de natal, concedidos pelo amável e bonacheirão Pai Natal. Mas quem é esta personagem? Quem se esconde por debaixo daquele fato vermelho, barba branca e barriga de cerveja?
Durante o ano, nas suas diversas viagens, o Pai Natal encarrega-se de recolher tudo o que necessita para preparar as suas ofertas. No Iraque, por exemplo, extrai parte do petróleo que lhe serve para viajar, e distribuir por todo o mundo os seus presentes. A guerra não é um tema próprio no espírito natalício, pelo que lhe passam ao lado, essas gentes e os conflitos que ali se vivem. Em África, pilha muitos dos minerais que formarão parte das jóias e dos modernos componentes electrónicos. A fome que observa à sua volta, também tem pouco a ver com os generosos banquetes natalícios e o nosso homem abandona essas paragens, porque a sua barriga não se compadece com tanto estômago faminto. Ao passar por alguns dos países asiáticos, o Pai Natal consegue arranjar muito calçado e roupa para distribuir, mas não deixa nenhuma por lá, pois nenhuma criança que trabalha naquelas fábricas lhe soube escrever uma simples carta. Entretanto, aproveita para visitar os frondosos bosques da Indonésia e da Amazónia e, depois de correr com alguns indígenas que o olhavam como se nunca o tivessem visto na televisão, arrasa com as árvores que produzirão o papel para embrulhar tantos e tantos presentes, cujo embrulho é a peça chave para criar uma bonita áurea de mistério que os caracteriza: Que será? De onde virá? A quem terão explorado para fabricá-lo?
Foi desta maneira que chegou, na noite de natal, com um saco repleto de presentes, mas longe de ser a figura que costumamos ver em tantos filmes e imagens publicitárias. O Pai Natal não é mais do que um ladrão, e dos maiores que a história conhece. Um Robin dos Bosques transformado que, sem se esconder, rouba aos pobres para dar aos ricos. A crua realidade é que, para algumas crianças e adultos receberem os seus presentes de natal, o Pai Natal teve que despojar muitas outras famílias que, por suposto, não receberam a sua visita nesta data. Todos os anos, os pedidos aumentam, sem se pensar que o preço desses produtos está a ser pago por outras famílias que lutam por salvar as suas vidas da guerra, da fome e do frio. O Pai Natal converte-se todos os anos em mais um dos culpados que fazem com que o número de pobres aumente anualmente. E assim continuará sendo, até que nos demos conta que precisamos bloquear a entrada das nossas chaminés, obrigando o gordo ladrão a ir de férias e a desaparecer por um tempo, junto com o resto dos produtos supérfluos e inúteis, vendidos na televisão.

Meu presente para o Pai Natal:

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Aos amigos



A todos os amigos


Que visitam este blog


O desejo sincero de um


Feliz Natal!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Uma macumba letal: democracia e terror!



Caças americanos

O título pode confundir-nos, mas democracia e terror são conceitos opostos, precisos, impossíveis de interligar. No entanto, o Império do Mal, melhor dizendo, os poderes da ultra direita mundial, guiados pelos Estados Unidos, achou a forma macabra de ligá-los e confundi-los. Assim, países ou governos que "desafinem" com a cartilha imperial são menosprezados. Vários exemplos: o executivo venezuelano, apesar de ter passado por vários processos de aprovação popular, é criticado e apelidado de antidemocrático e comparado a terrorismo político. O Hamas, outra pedra no sapato "yanqui", é acusado de terrorista, ao mesmo tempo que o povo palestiniano é massacrado pelo terrorismo do Estado de Israel. Cuba, Coreia Democrática, Irão, países de sistemas diferentes mas com o nacionalismo como traço comum, são postos num "mundo aparte do mundo", não pela ONU, mas pela Casa Branca (escura como breu), que não faz jus ao seu nome.
Em nome da democracia e da liberdade, os EU realizaram 73 invasões a países da América Latina, de 1824 a 1994. Cuba, Porto Rico, México, Nicarágua, Panamá, Haiti, Colômbia, Honduras, República Dominicana, El Salvador, Guatemala e Granada, ficam na memória.
Escudado pela ficção manipulada do mundo livre, um avião "yanqui" lançou uma bomba sobre Hiroshima, que deixou 250 mil vítimas. Em nome da liberdade e da democracia foram bombardeados o Vietname, a Jugoslávia, o Iraque, com centenas de milhares de mortos.
Tão pouco escaparam o Irão, Líbia, Angola, Somália, Congo, Nicarágua, Cambodja, Sudão… a lista é bastante larga. Em contrapartida, não houve bombardeios nem pactos do mundo livre contra a África do Sul do Apartheid, o Chile de Pinochet, o Paraguai de Stroessner, a Argentina da Junta Militar, como também não há contra Israel de Ehud Olmert.
Durante séculos, dezenas de povos sofreram o terrorismo de estado "yanqui" ou de governos apoiados pela maquinaria bélica, política e propagandística de Washington. Nenhum governante norte-americano foi julgado ou levado ao Tribunal de Haya.
Cabe agora a vez ao Iraque: finalmente questionam-se na ONU e Inglaterra, o milhão e meio de mortos iraquianos consequência das inexoráveis condições impostas a Bagdad, e dos bombardeios anglo-americanos, ilegais, contra essa nação. Mas como sempre, não passará disso mesmo: de meras questões sem consequências e sem culpados.
Quem deterá os Estados Unidos? Haverá lucidez suficiente no planeta para impedir as guerras desnecessárias, evitar o caos e salvar a Mundo?

Obs.: Espero que relevem o facto de faltar algum país no rol da lista de invasões dos "yanquis". Posso ter falhado alguns pelo caminho.

sábado, dezembro 16, 2006

Enfrentar a corrupção...

A corrupção diminui a riqueza e o desenvolvimento económico de um país
A corrupção – vómito infernal – não é um problema ético, um problema moral, mas sim um negócio, um grande negócio, talvez o melhor negócio para enriquecer. As principais causas da corrupção não são culturais ou biológicas, mas sim políticas. Que importa o país, que importa o povo, que importa a grande maioria, se a ganância está assegurada e se, na eventualidade de algo correr mal, existe o exílio, a fuga, e jamais a prisão? O exílio é para o rico e poderoso, a prisão é para o pobre e marginalizado social.

O povo não é corrupto, os corruptos são aqueles que satisfazem as "máfias do poder": os grandes negociadores que realizam as grandes negociatas, os grandes grupos e as multinacionais, mestres na arte do suborno e em corromper e deixar-se corromper. A maioria do nosso povo é honesto, bom e idóneo.

Combater a corrupção e a impunidade, essa grande aliada, tem que ser uma tarefa de todos e deve contar com o apoio das instituições públicas, privadas, meios de comunicação, e do próprio Estado, porque o "monstro" tem uma infinidade de máscaras e formas.

São os pobres quem mais sofre com a corrupção e os com os "estragos económicos" derivados, já que nunca estão em condições de subornar ninguém. A corrupção torna-se por isso uma forma de opressão.

É um fenómeno que se encontra enraizado em todas as esferas do poder e, a falta de leis apropriadas, a fala de vontade das pessoas, os compromissos políticos daqueles que manejam os destinos do país, parece que se confinaram para manter o mesmo sistema decadente e, os esforços que se fazem, tornam-se infrutuosos.

Para controlar a corrupção é necessário uma acção mais radical, eficaz e real.

A decisão do PGR em nomear Maria José Morgado para liderar o processo do "apito dourado", abre de novo um caminho no combate à corrupção, que espero sinceramente não venha a ser obstruído, como ocorreu há 4 anos atrás, quando se começarem a destapar os véus daqueles que ela denominou em tempos de "inimigos sem rosto".

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Fichados para a vida

........Big Brother é o olho dos EUA no regime totalitário previsto na ficção do livro "1984" de Orwell........

Segundo a agência noticiosa AFP, que cita fontes do Departamento Americano de Segurança Nacional (US Department of Homeland Security), entrou esta segunda-feira em funcionamento nos EUA um verdadeiro sistema planetário de Big Brother. Não em uma qualquer cadeia televisiva, com prémios e final feliz, mas na vida real e de consequências imprevisíveis: toda a pessoa que entre ou saia dos Estados Unidos é considerada uma potencial ameaça terrorista, pelo que os seus dados são recolhidos e guardados numa base de dados por um período de 40 anos. Como é timbre da democracia norte-americana, os interessados não só não são informados como nem sequer têm possibilidade de aceder algum dia à informação recolhida.
Em nome da segurança, que já permite à administração Bush mandar violar a correspondência, revistar habitações ou elaborar listas dos livros requisitados em bibliotecas – só para citar alguns exemplos – sem que os visados tenham conhecimento disso, o país da liberdade e dos direitos humanos arroga-se o direito de fichar para a vida todo e qualquer cidadão que atravesse as suas fronteiras, fazendo tábua rasa de direitos cívicos elementares, de todas as convenções, do direito internacional.
O novo Big Brother, de acordo com Jarrod Agen, porta-voz da Homeland Security citado pela AFP, está a cargo de um sistema computorizado designado Automated Targeting System, que para além dos elementos de identificação de cada indivíduo registará toda uma panóplia de dados recolhidos por diversas fontes, como o serviço de registo de passageiros, o Tesouro americano ou o Departamento do Comércio, bem como números de cartões crédito e até o que cada passageiro comeu durante os voos, o jornal que leu ou o perfume que comprou.
Os registos, segundo a mesma fonte, serão partilhados «de forma rotineira» com «autoridades federais, estatais, locais, tribais ou governos estrangeiros» sempre que seja considerado necessário e conveniente.
Múltiplas são igualmente as pessoas que numa base «rotineira» podem aceder à informação: magistrados ou tribunais administrativos; terceiros que participem numa investigação; agentes, organizações ou indivíduos que levem a cabo operações; um departamento do Congresso; e empregadores, especialistas, consultores, estudantes e outros. Numa palavra, a quem a vida de cada um possa interessar, excepto ao próprio interessado.
Orwell não teve imaginação para tanto. O drama é que a sociedade concentracionária para que alertou o mundo está a ser construída… nos EUA.

Anabela Fino in Avante
Os links e sublinhados são minha responsabilidade

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Olhando à nossa volta

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Alguma vez se deram conta que os estímulos à auto indulgência são sempre seguidos de sugestões? As arreigadas em doutrinas procuram vestígios para reclamar dentro de nós, os vendedores procuram subterfúgios para enganar-nos… desde os profetas da new-age até aos publicitários, desde os desonestos aos radicais, todos nos incentivam a perseguir "os nossos ideais". Mas a questão é: quais ideais? Os reais? E quem decide quais são?
O que está perfeitamente claro é que existe uma guerra pelo nosso alento, em todas as frentes. Estes desejos são, na realidade, construídos: mudam, são dependentes de factores externos, da cultura, do contexto histórico da nossa sociedade. "Apreciamos" a comida rápida porque temos que regressar ao trabalho rapidamente, porque a família nuclear (para os poucos que ainda podem dizer que a possuem) é demasiado pequena e está demasiado ocupada para se permitir a alegria de cozinhar e comer em conjunto. "Temos" que ver o e-mail porque a dissolução da comunidade nos levou familiares e amigos para longe, porque os nossos chefes preferem não falar directamente connosco, porque a tecnologia da "poupança de tempo" apropriou-se do tempo, usado antes para escrever cartas (e pelo caminho matou todos os pombos correio). "Queremos" trabalhar, porque esta sociedade não se preocupa em absoluto com aqueles que não o façam, porque é difícil imaginar formas mais aprazíveis de preencher o nosso tempo, quando tudo o que nos rodeia, está projectado para o comércio e o consumo. Cada um dos nossos desejos, cada conceito que formamos, está enquadrado na "linguagem" da sociedade que nos criou.
Quem nunca desejou ser de forma diferente, num mundo diferente?
Se os nossos desejos são construídos, ou melhor dizendo, somos o produto daquilo que nos rodeia, então podemos dizer que a nossa liberdade se mede pelo maior ou menor controlo que possamos ter sobre o que está ao nosso redor. É estupidez dizer a uma mulher que é livre de sentir o que quiser acerca do seu próprio corpo, quando cresce rodeada de anúncios de dietas e "posters" de modelos anorécticas. Como é estúpido dizer-se a um homem que é livre, quando tudo o que precisa para conseguir comida já está previamente estabelecido pela sociedade, e que a sua única alternativa é escolher entre as várias opções estabelecidas.
Precisamos de aprender a fabricar a nossa própria Liberdade, criando brechas na "fábrica" da nossa existência, forjando novas realidades. Precisamos de assegurar-nos que tomamos as nossas próprias decisões, sem o peso da inércia pelo hábito, costume, lei ou obsessão. Está nas nossas mãos criar estas situações. Estes momentos não são tão raros como possam parecer. A mudança é constante e em toda a parte, e cada um de nós tem nela um papel importante, de forma consciente ou não. Podemos dar-nos ao luxo de ser “radicais” (não será antes peremptórios?)... porque ser-se radical, é simplesmente manter-se atento na nossa sociedade.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

terça-feira, dezembro 05, 2006

Contrato (anti)social

Aideia foi apresentada

pelo primeiro-ministro britânico, Blair, e apresentada esta segunda-feira pelo Diário Económico com o objectivo, segundo o director do periódico, de «deixar Portugal a pensar».
Trata-se, nem mais nem menos, de implementar um pretenso «contrato social» que estabeleça uma «relação completamente nova entre o Estado e os cidadãos», de forma a definir o mais exaustivamente possível as responsabilidades do cidadão para além de «pagar impostos e cumprir a lei». Contrato (anti) social
Do cumprimento da sua parte do «contrato» dependerá o acesso de cada indivíduo aos serviços básicos de qualidade, como a assistência médica, a educação e a protecção policial.
Blair ilustra esta ideia peregrina com um exemplo: um hospital público poderá exigir, antes de colocar uma banda gástrica a um doente sofrendo de obesidade, que o paciente se comprometa por escrito a não voltar a ganhar peso, sob pena de perder no futuro o direito a cuidados de saúde.
A menos que se trate de uma brincadeira de mau gosto de Blair, o que não é crível, o referido «contrato social» – que o DE considera como sendo «uma evolução, muito interessante, da lógica inicial do ‘welfare to work’ (assistência social)» – representa mais um brutal atentado a elementares princípios de uma sociedade civilizada.
A ser implementado, este «contrato social» consagraria não só o primado do governo policial como liquidaria o próprio conceito de Estado enquanto entidade colectiva e solidária. Na prática, trata-se de defender a criação de um corpo de vigilantes, dotado de plenos poderes, que para além de fazer as leis e cobrar os impostos decide o que cada cidadão tem de fazer para usufruir do «direito» de pertencer à comunidade.
O que está em causa não é a exequibilidade de um tal «contrato», como referem alguns comentadores ao DE, mas o facto de ter sido enunciado na Grã-Bretanha e de haver entre nós quem considere a ideia digna de reflexão.
Com semelhante «contrato», o Estado deixaria de ser o resultado da organização da sociedade como um todo para se assumir como um corpo estranho, uma entidade prepotente formada pelas elites dominantes cuja função seria – numa escala infinitamente superior à que já existe – a de dominar e explorar a população, reduzida à condição de mão-de-obra acéfala. A diferença em relação a uma sociedade esclavagista seria um mero acaso.
Certamente não por acaso, o mesmo DE lançou anteontem novo tema de «reflexão»: a flexisegurança, que é como quem diz o novo embrulho do governo PS para a liberalização do desemprego. E ainda há quem não acredite em coincidências!


Anabela Fino in Avante