O título pode confundir-nos, mas democracia e terror são conceitos opostos, precisos, impossíveis de interligar. No entanto, o Império do Mal, melhor dizendo, os poderes da ultra direita mundial, guiados pelos Estados Unidos, achou a forma macabra de ligá-los e confundi-los. Assim, países ou governos que "desafinem" com a
cartilha imperial são menosprezados. Vários exemplos: o executivo venezuelano, apesar de ter passado por vários processos de aprovação popular, é criticado e apelidado de antidemocrático e comparado a terrorismo político. O Hamas, outra pedra no sapato "yanqui", é acusado de terrorista, ao mesmo tempo que o povo palestiniano é massacrado pelo terrorismo do Estado de Israel. Cuba, Coreia Democrática, Irão, países de sistemas diferentes mas com o nacionalismo como traço comum, são postos num "mundo aparte do mundo", não pela ONU, mas pela Casa Branca (escura como breu), que não faz jus ao seu nome.
Em nome da democracia e da liberdade, os EU realizaram 73 invasões a países da América Latina, de 1824 a 1994. Cuba, Porto Rico, México, Nicarágua, Panamá, Haiti, Colômbia, Honduras, República Dominicana, El Salvador, Guatemala e Granada, ficam na memória.
Escudado pela ficção manipulada do mundo livre, um avião "yanqui" lançou uma bomba sobre Hiroshima, que deixou 250 mil vítimas. Em nome da liberdade e da democracia foram bombardeados o Vietname, a Jugoslávia, o Iraque, com centenas de milhares de mortos.
Tão pouco escaparam o Irão, Líbia, Angola, Somália, Congo, Nicarágua, Cambodja, Sudão… a lista é bastante larga. Em contrapartida, não houve bombardeios nem pactos do mundo livre contra a África do Sul do
Apartheid, o Chile de Pinochet, o Paraguai de Stroessner, a Argentina da Junta Militar, como também não há contra Israel de Ehud Olmert.
Durante séculos, dezenas de povos sofreram o terrorismo de estado "yanqui" ou de governos apoiados pela maquinaria bélica, política e propagandística de Washington. Nenhum governante norte-americano foi julgado ou levado ao Tribunal de Haya.
Cabe agora a vez ao Iraque: finalmente questionam-se na
ONU e
Inglaterra, o milhão e meio de mortos iraquianos consequência das inexoráveis condições impostas a Bagdad, e dos bombardeios anglo-americanos, ilegais, contra essa nação. Mas como sempre, não passará disso mesmo: de meras questões sem consequências e sem culpados.
Quem deterá os Estados Unidos? Haverá lucidez suficiente no planeta para impedir as guerras desnecessárias, evitar o caos e salvar a Mundo?